NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA DOS ECOSSISTEMAS
COMO SE ORGANIZAM OS SERES VIVOS ENTRE SI?
Onde vivem os seres vivos?
Cada ser vivo precisa de condições necessárias à sua sobrevivência. O local onde o ser vivo encontra essas condições chama-se habitat.
Níveis de organização dos seres vivos num ecossistema
Espécie - conjunto de organismos geralmente semelhantes que, quando cruzados entre si, originam descendência fértil.
População - conjunto de indivíduos da mesma espécie que habitam um determinado local (habitat) e que interagem entre si
Comunidade - conjunto de populações que habitam um determinado local (habitat) e que interagem entre si
Ecossistema - conjunto dos seres vivos (comunidade), do meio onde habitam (habitat), das relações entre si e com o meio.
Podemos afirmar então que um ecossistema é constituído por:
uma componente biótica - seres vivos e as relações entre si e com o meio
e por uma componente abiótica - meio onde vivem os seres vivos e os factores abióticos que os influenciam (água, luz, temperatura, solo, vento, etc…)
Biomas - são conjuntos de ecossistemas em interacção que são condicionados pelas condições geográficas e pelo clima da região onde se situam e que são caracterizados por um tipo dominante de vegetação e macroclima.
Principais tipos de biomas
Biomas terrestres:
Tundra
Taiga
Floresta temperada
Floresta tropical
Savana
Chaparral
Biomas aquáticos:
Oceanos
Mangais
Pântanos
Rios
INTERACÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS E O AMBIENTE
Os factores abióticos são os factores do meio que influenciam os seres vivos.
- a luz
- a temperatura
- a água
- o solo
- o vento
INFLUÊNCIA DA LUZ NAS PLANTAS
- Fototropismo - As plantas necessitam de luz para sobreviver pois é a fonte de energia que utilizam para realizar o processo de fotossíntese.
Por isso, as plantas têm tendência em se movimentar (lentamente) em direcção à luz solar. A este movimento dá-se o nome de fototropismo.
Influência no desenvolvimento conforme a necessidade de luz directa e intensa ou sombra
Plantas heliófilas - desenvolvem-se melhor sob a ação directa de luz directa e intensa
Plantas umbrófilas - necessitam para o seu desenvolvimento de sombra (ex: fetos e musgos)
Influência do fotoperíodo (número de horas de luz diárias)
Plantas de dia longo - florescem quando o fotoperíodo é, em média, superior a 12 horas
Plantas de dia curto - florescem quando o fotoperíodo é, em média, inferior a 8 horas
Plantas indiferentes - não são influenciadas pelo fotoperíodo
Estratificação vertical
Nas zonas com muita vegetação a luz condiciona a distribuição das plantas:
Estrato herbáceo - camada vegetal inferior
Estrato arbustivo - camada vegetal intermédia
Estrato arbóreo - camada vegetal superior.
As características de cada um destes estratos fornecem habitats específicos para diferentes seres vivos.
INFLUÊNCIA DA LUZ NOS ANIMAIS
Fototaxia - Existem animais que são atraídos pela luz e outros que não suportam a luz:
Animais lucífilos - são atraídos pela luz – apresentam fototaxia positiva, ou seja, deslocam-se em direcção a uma fonte luminosa (ex: traças e borboletas)
Animais lucífugos - não suportam a luz – apresentam fototaxia negativa, ou seja, deslocam-se em direcção oposta a uma fonte luminosa (ex: morcego e minhoca)
Influência da luz na sua actividade
Os animais realizam as suas actividades diárias em função da presença ou ausência de luz:
Animais diurnos - encontram-se activos durante o dia (ex: águia)
Animais noctívagos (ou nocturnos) - encontram-se activos durante a noite (ex: morcego e coruja)
Influência da luz na distribuição dos animais nos oceanos
No fundo dos oceanos, onde existe uma quase escuridão total, apenas existem animais com adaptações próprias como os peixes abissais. A maior parte dos seres marinhos encontram-se junto à superfície.
Influência do fotoperíodo na reprodução
A reprodução de alguns animais é também condicionada pelo fotoperíodo. Isso faz com que determinadas espécies tenham determinadas épocas de reprodução. (ex: o veado tem tipicamente o seu período reprodutor em Outubro)
Influência do fotoperíodo na morfologia
Alguns mamíferos (ex:lebre-do-árctico) mudam a cor da sua pelagem e algumas aves mudam a cor da sua penugem conforme o fotoperíodo. Esta característica facilita a camuflagem do animal, fazendo com que se confunda mais facilmente com o meio ambiente, ficando assim mais protegido contra predadores.
Influência do fotoperíodo no comportamento
Migrações - Deslocações regulares de um ser vivo para locais que conferem melhores condições de sobrevivência. (ex: andorinha). É o número de horas diárias que indica aos animais o momento para iniciarem a sua migração.
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NAS PLANTAS
Para sobreviver às condições desfavoráveis durante a estação fria algumas plantas:
- perdem as folhas – plantas de folha caduca ou caducifólias (ex: castanheiro)
- ficam reduzidas à parte subterrânea (ex: narciso)
- ficam reduzidas a sementes (ex: milho)
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NOS ANIMAIS
A vida só é possível dentro de intervalos de temperatura que se designam por intervalos de tolerância e que variam de espécie para espécie. Dentro desse intervalo existe uma temperatura em que o ser vivo se desenvolve melhor – temperatura óptima. No entanto, se os limites desse intervalo forem ultrapassados atinge-se uma temperatura letal que pode levar à morte do ser vivo.
De acordo com a sua amplitude térmica os seres vivos podem ser classificados como:
Seres euritérmicos: se têm uma grande amplitude térmica (ex: lobo)
Seres estenotérmicos: se têm uma pequena amplitude térmica (ex: serpente)
Seres homeotérmicos (ex: mamíferos e aves) - conseguem manter a temperatura do corpo constante, independentemente da temperatura ambiente
Seres poiquilotérmicos (ex: peixes, répteis e anfíbios) - a temperatura do corpo varia conforme a temperatura ambiente
Adaptações dos animais às diferentes temperaturas do meio ambiente
Adaptações comportamentais
Ambientes quentes:
Estivação - redução da actividade durante a estação quente (ex: caracol e crocodilo)
Ambientes frios:
Hibernação - redução da atividade durante a estação fria (ex: ouriço-cacheiro e urso)
Migração - Deslocação regular de um ser vivo para locais que conferem melhores condições de sobrevivência. (ex: andorinha e baleia)
Adaptações corporais
Ambientes quentes:
- Orelhas grandes, o que permite aumentar a superfície de perda de calor para o ambiente
- Pelo curto, para mais facilmente perder calor corporal
Ambientes frios:
- Orelhas pequenas, o que permite diminuir a superfície de perda de calor para o ambiente
- Pelo longo, para mais dificilmente perder calor corporal
- Camada espessa de gordura, que impede a perda de calor
Adaptações fisiológicas
Ambientes quentes - arfar, o que permite perder calor
Ambientes frios - erecção dos pelos, o que permite criar uma camada de ar isolante junto à pele, diminuindo assim as perdas de calor
INFLUÊNCIA DA ÁGUA NOS SERES VIVOS
Todos os seres vivos precisam de água para sobreviver pois é o seu principal constituinte e é necessária para as suas funções vitais. Por isso existe maior vegetação e animais nos locais com maior humidade e pluviosidade.
No entanto, nem todos os seres vivos dependem da mesma quantidade de água:
Seres hidrófilos: vivem permanentemente na água (ex: polvo e nenúfar)
Seres higrófilos: vivem em locais húmidos (ex: minhoca e arrozal)
Seres mesófilos: necessitam de quantidades moderadas de água (ex: cavalo e sobreiro)
Seres xerófilos: vivem em locais secos (ex: dromedário e cato)
Adaptações das plantas à escassez de água
Plantas de climas secos (ex. cato) apresentam:
- raízes longas e pouco profundas, para captar a maior quantidade de água possível
- caules carnudos, para acumular água de reserva
- folhas de pequenas dimensões ou reduzidas a espinhos, para não perderem água por transpiração
Adaptações dos animais à escassez de água
Os animais de clima seco podem apresentar:
- reservas de gordura que utilizam para produzir água (ex: dromedário e camelo)
- revestimento impermeável que evita a perda de água por transpiração (ex: escorpião)
- Existem ainda animais (ex: gerbilo) que não transpiram, produzem pouca urina e são mais activos durante a noite de forma a evitar perdas de água.
INFLUÊNCIA DO SOLO NOS SERES VIVOS
A maioria dos seres vivos precisa de um substrato para realizarem as suas actividades vitais e garantirem a sua sobrevivência. O substrato é o meio sólido que serve de suporte à maior parte dos seres vivos.
Nos ambientes aquáticos encontramos:
- substratos moles, como os fundos arenosos que podem ser encontrados no leito dos rios e nos oceanos
- substratos duros, como as rochas, sobre as quais vivem animais como as lapas e os mexilhões.
Nos ambientes terrestres, os seres vivos desenvolvem as suas actividades em interacção com os solos.
O solo é a camada mais superficial da crusta terrestre, sendo constituído por matéria orgânica, matéria mineral, água e ar. É bastante importante porque funciona como habitat para uma grande diversidade de seres vivos (ex: insectos, minhocas, toupeiras, fungos e bactérias) e porque serve como meio de fixação para as plantas e de captação de água e minerais essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento.
Influência do tipo de solo na distribuição dos seres vivos
A porosidade do solo influencia a distribuição dos seres vivos, pois há seres vivos que povoam solos arenosos e outros solos mais compactos. No entanto, também a composição do solo, permeabilidade, humidade e textura influenciam a distribuição dos seres vivos.
INFLUÊNCIA DO VENTO NOS SERES VIVOS
O vento contribui para a dispersão de algumas sementes, de modo a que estas se possam dispersar por uma maior área e de forma a encontrarem condições mais apropriadas à sobrevivências das plantas após a germinação
É responsável pelo transporte de bactérias e de fungos, bem como das suas estruturas reprodutoras (esporos).
Nos ambientes aquáticos, promove o arejamento das águas e dá origem à ondulação dos oceanos
Influência do vento na morfologia dos seres vivos
Em regiões muito ventosas encontram-se, preferencialmente, plantas rasteiras e animais de pequeno porte e achatados.
Influência do vento no comportamento dos animais
Os gafanhotos por vezes movimentam-se aproveitando a deslocação das massas de ar, formando nuvens de gafanhotos
As aves de rapina (ex: falcão) aproveitam as massas de ar quente para planar, gastando assim menos energia
As rotas de migração são influenciadas pelos ventos dominantes em determinadas regiões
Relação entre as alterações do meio e a evolução ou a extinção de espécies
Os factores abióticos condicionam largamente a biodiversidade. No passado, extinções em massa, provocadas por alterações súbitas do meio ambiente, levaram ao desaparecimento de algumas espécies e criaram condições propícias à diversificação e à dispersão de outras.
INTERACÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS E O AMBIENTE
Os factores abióticos são os factores do meio que influenciam os seres vivos.
- a luz
- a temperatura
- a água
- o solo
- o vento
INFLUÊNCIA DA LUZ NAS PLANTAS
- Fototropismo - As plantas necessitam de luz para sobreviver pois é a fonte de energia que utilizam para realizar o processo de fotossíntese.
Por isso, as plantas têm tendência em se movimentar (lentamente) em direcção à luz solar. A este movimento dá-se o nome de fototropismo.
Influência no desenvolvimento conforme a necessidade de luz directa e intensa ou sombra
Plantas heliófilas - desenvolvem-se melhor sob a ação directa de luz directa e intensa
Plantas umbrófilas - necessitam para o seu desenvolvimento de sombra (ex: fetos e musgos)
Influência do fotoperíodo (número de horas de luz diárias)
Plantas de dia longo - florescem quando o fotoperíodo é, em média, superior a 12 horas
Plantas de dia curto - florescem quando o fotoperíodo é, em média, inferior a 8 horas
Plantas indiferentes - não são influenciadas pelo fotoperíodo
Estratificação vertical
Nas zonas com muita vegetação a luz condiciona a distribuição das plantas:
Estrato herbáceo - camada vegetal inferior
Estrato arbustivo - camada vegetal intermédia
Estrato arbóreo - camada vegetal superior.
As características de cada um destes estratos fornecem habitats específicos para diferentes seres vivos.
INFLUÊNCIA DA LUZ NOS ANIMAIS
Fototaxia - Existem animais que são atraídos pela luz e outros que não suportam a luz:
Animais lucífilos - são atraídos pela luz – apresentam fototaxia positiva, ou seja, deslocam-se em direcção a uma fonte luminosa (ex: traças e borboletas)
Animais lucífugos - não suportam a luz – apresentam fototaxia negativa, ou seja, deslocam-se em direcção oposta a uma fonte luminosa (ex: morcego e minhoca)
Influência da luz na sua actividade
Os animais realizam as suas actividades diárias em função da presença ou ausência de luz:
Animais diurnos - encontram-se activos durante o dia (ex: águia)
Animais noctívagos (ou nocturnos) - encontram-se activos durante a noite (ex: morcego e coruja)
Influência da luz na distribuição dos animais nos oceanos
No fundo dos oceanos, onde existe uma quase escuridão total, apenas existem animais com adaptações próprias como os peixes abissais. A maior parte dos seres marinhos encontram-se junto à superfície.
Influência do fotoperíodo na reprodução
A reprodução de alguns animais é também condicionada pelo fotoperíodo. Isso faz com que determinadas espécies tenham determinadas épocas de reprodução. (ex: o veado tem tipicamente o seu período reprodutor em Outubro)
Influência do fotoperíodo na morfologia
Alguns mamíferos (ex:lebre-do-árctico) mudam a cor da sua pelagem e algumas aves mudam a cor da sua penugem conforme o fotoperíodo. Esta característica facilita a camuflagem do animal, fazendo com que se confunda mais facilmente com o meio ambiente, ficando assim mais protegido contra predadores.
Influência do fotoperíodo no comportamento
Migrações - Deslocações regulares de um ser vivo para locais que conferem melhores condições de sobrevivência. (ex: andorinha). É o número de horas diárias que indica aos animais o momento para iniciarem a sua migração.
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NAS PLANTAS
Para sobreviver às condições desfavoráveis durante a estação fria algumas plantas:
- perdem as folhas – plantas de folha caduca ou caducifólias (ex: castanheiro)
- ficam reduzidas à parte subterrânea (ex: narciso)
- ficam reduzidas a sementes (ex: milho)
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NOS ANIMAIS
A vida só é possível dentro de intervalos de temperatura que se designam por intervalos de tolerância e que variam de espécie para espécie. Dentro desse intervalo existe uma temperatura em que o ser vivo se desenvolve melhor – temperatura óptima. No entanto, se os limites desse intervalo forem ultrapassados atinge-se uma temperatura letal que pode levar à morte do ser vivo.
De acordo com a sua amplitude térmica os seres vivos podem ser classificados como:
Seres euritérmicos: se têm uma grande amplitude térmica (ex: lobo)
Seres estenotérmicos: se têm uma pequena amplitude térmica (ex: serpente)
Seres homeotérmicos (ex: mamíferos e aves) - conseguem manter a temperatura do corpo constante, independentemente da temperatura ambiente
Seres poiquilotérmicos (ex: peixes, répteis e anfíbios) - a temperatura do corpo varia conforme a temperatura ambiente
Adaptações dos animais às diferentes temperaturas do meio ambiente
Adaptações comportamentais
Ambientes quentes:
Estivação - redução da actividade durante a estação quente (ex: caracol e crocodilo)
Ambientes frios:
Hibernação - redução da atividade durante a estação fria (ex: ouriço-cacheiro e urso)
Migração - Deslocação regular de um ser vivo para locais que conferem melhores condições de sobrevivência. (ex: andorinha e baleia)
Adaptações corporais
Ambientes quentes:
- Orelhas grandes, o que permite aumentar a superfície de perda de calor para o ambiente
- Pelo curto, para mais facilmente perder calor corporal
Ambientes frios:
- Orelhas pequenas, o que permite diminuir a superfície de perda de calor para o ambiente
- Pelo longo, para mais dificilmente perder calor corporal
- Camada espessa de gordura, que impede a perda de calor
Adaptações fisiológicas
Ambientes quentes - arfar, o que permite perder calor
Ambientes frios - erecção dos pelos, o que permite criar uma camada de ar isolante junto à pele, diminuindo assim as perdas de calor
INFLUÊNCIA DA ÁGUA NOS SERES VIVOS
Todos os seres vivos precisam de água para sobreviver pois é o seu principal constituinte e é necessária para as suas funções vitais. Por isso existe maior vegetação e animais nos locais com maior humidade e pluviosidade.
No entanto, nem todos os seres vivos dependem da mesma quantidade de água:
Seres hidrófilos: vivem permanentemente na água (ex: polvo e nenúfar)
Seres higrófilos: vivem em locais húmidos (ex: minhoca e arrozal)
Seres mesófilos: necessitam de quantidades moderadas de água (ex: cavalo e sobreiro)
Seres xerófilos: vivem em locais secos (ex: dromedário e cato)
Adaptações das plantas à escassez de água
Plantas de climas secos (ex. cato) apresentam:
- raízes longas e pouco profundas, para captar a maior quantidade de água possível
- caules carnudos, para acumular água de reserva
- folhas de pequenas dimensões ou reduzidas a espinhos, para não perderem água por transpiração
Adaptações dos animais à escassez de água
Os animais de clima seco podem apresentar:
- reservas de gordura que utilizam para produzir água (ex: dromedário e camelo)
- revestimento impermeável que evita a perda de água por transpiração (ex: escorpião)
- Existem ainda animais (ex: gerbilo) que não transpiram, produzem pouca urina e são mais activos durante a noite de forma a evitar perdas de água.
INFLUÊNCIA DO SOLO NOS SERES VIVOS
A maioria dos seres vivos precisa de um substrato para realizarem as suas actividades vitais e garantirem a sua sobrevivência. O substrato é o meio sólido que serve de suporte à maior parte dos seres vivos.
Nos ambientes aquáticos encontramos:
- substratos moles, como os fundos arenosos que podem ser encontrados no leito dos rios e nos oceanos
- substratos duros, como as rochas, sobre as quais vivem animais como as lapas e os mexilhões.
Nos ambientes terrestres, os seres vivos desenvolvem as suas actividades em interacção com os solos.
O solo é a camada mais superficial da crusta terrestre, sendo constituído por matéria orgânica, matéria mineral, água e ar. É bastante importante porque funciona como habitat para uma grande diversidade de seres vivos (ex: insectos, minhocas, toupeiras, fungos e bactérias) e porque serve como meio de fixação para as plantas e de captação de água e minerais essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento.
Influência do tipo de solo na distribuição dos seres vivos
A porosidade do solo influencia a distribuição dos seres vivos, pois há seres vivos que povoam solos arenosos e outros solos mais compactos. No entanto, também a composição do solo, permeabilidade, humidade e textura influenciam a distribuição dos seres vivos.
INFLUÊNCIA DO VENTO NOS SERES VIVOS
O vento contribui para a dispersão de algumas sementes, de modo a que estas se possam dispersar por uma maior área e de forma a encontrarem condições mais apropriadas à sobrevivências das plantas após a germinação
É responsável pelo transporte de bactérias e de fungos, bem como das suas estruturas reprodutoras (esporos).
Nos ambientes aquáticos, promove o arejamento das águas e dá origem à ondulação dos oceanos
Influência do vento na morfologia dos seres vivos
Em regiões muito ventosas encontram-se, preferencialmente, plantas rasteiras e animais de pequeno porte e achatados.
Influência do vento no comportamento dos animais
Os gafanhotos por vezes movimentam-se aproveitando a deslocação das massas de ar, formando nuvens de gafanhotos
As aves de rapina (ex: falcão) aproveitam as massas de ar quente para planar, gastando assim menos energia
As rotas de migração são influenciadas pelos ventos dominantes em determinadas regiões
Relação entre as alterações do meio e a evolução ou a extinção de espécies
Os factores abióticos condicionam largamente a biodiversidade. No passado, extinções em massa, provocadas por alterações súbitas do meio ambiente, levaram ao desaparecimento de algumas espécies e criaram condições propícias à diversificação e à dispersão de outras.
INTERACÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS
Relações bióticas – interacções intraespecíficas e interacções interespecíficas
Interações intraespecíficas - interações entre seres vivos da mesma espécie
Interações interespecíficas - interações entre seres vivos de espécies diferentes
INTERAÇÕES INTRAESPECÍFICAS
Cooperação (+,+) - Os indivíduos contribuem para o benefício comum do grupo
Ex: As suricatas organizam-se na vigilância e na recolha de alimento
Este tipo de relação estabelece-se quando seres da mesma população se organizam em sociedades (ex: abelhas) ou em colónias (ex: pinguins). Numa sociedade existe uma organização hierárquica e uma divisão de tarefas, enquanto que numa colónia não existe uma hierarquia nem funções diferenciadas.
Competição (-,-) - Prejudicial para os seres vivos envolvidos
Ex: Hipopótamos competem pela atenção das fêmeas
Motivos: luta por água, luz, alimento, território e fêmea.
A expressão máxima de competição intraespecífica é o canibalismo, em que um indivíduo mata outro da mesma espécie, alimentado-se deste. Tal pode acontecer pela necessidade de nutrientes, estabelecimento de uma posição hierárquica, regulação do número de indivíduos e pela eliminação de órfãos e crias que possuem menos hipóteses de sobreviver.
RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
Mutualismo facultativo (+,+) - Benefício para ambas as espécies, embora a relação não seja fundamental para a sobrevivência dos indivíduos
Ex: O bodião-limpador limpa a moreia aproveitando-se dos seus restos alimentares
Mutualismo obrigatório (+,+) - Benefício para ambas as espécies, sendo esta uma relação fundamental para a sobrevivência dos intervenientes
Ex: associação entre algas unicelulares e fungos (que originam líquenes) em que os fungos fornecem água e minerais às algas e estas fornecem compostos orgânicos aos fungos
Competição (-,-) - Prejudicial para os seres vivos envolvidos
Ex: Leões e hienas competem pelo território, água e alimento
Motivos: luta por água, luz, alimento, território e solo.
Predação (+,-) - Benefício para o predador e prejuízo para a presa
Ex: O urso preda o salmão
Características que favorecem a caça: garras desenvolvidas e bicos fortes e encurvados (ex: águia) e dentes aguçados e mandíbulas fortes (ex: leão).
Tanto predadores como presas podem ter ainda a capacidade de camuflagem ou de mimetismo de forma a passarem despercebidos. Na camuflagem adquirem aspectos semelhantes aos da natureza (ex: bicho-pau), e no mimetismo adquirem aspectos semelhantes a outros seres vivos (ex: falsa-cobra-coral).
Parasitismo (+,-) - Benefício para o parasita e prejuízo para o hospedeiro
Ex: Uma ténia pode ser encontrada no intestino de vários animais como o porco ou até de um ser humano e vive às custas dos seus nutrientes prejudicando-o causando doenças ou até a morte
Os parasitas classificam-se quanto ao modo de vida:
ectoparasitas, se vivem no exterior do corpo do hospedeiro (ex: pulga)
endoparasitas, se vivem no interior do corpo do hospedeiro (ex: ténia)
Também se classificam quanto ao tamanho:
microparasita, se forem pequenos e e com tempos de gestação muito curtos (ex: vírus e bactérias)
macroparasitas, se forem maiores e com tempos de gestação mais longos (pulgas, carraças, ténias e lombrigas)
Comensalismo (+,0) - Benefício para o comensal e indiferente para o outro indivíduo
Ex: A rémora é transportada pelo tubarão, aproveita os seus restos alimentares e é protegida por ele, e para o tubarão esta relação é indiferente
Amensalismo (-,0) - Prejuízo para o amensal e indiferente para o inibidor
Ex: O fungo penicillium produz substâncias que inibem o desenvolvimento de bactérias.
COMO PODEM AS RELAÇÕES BIÓTICAS CONDICIONAR A DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS
O número de indivíduos de uma população num ecossistema varia ao longo do tempo até atingir o equilíbrio. Este equilíbrio depende das relações que se estabelecem entre o número de indivíduos, do espaço ao seu dispor, da quantidade de alimento disponível e do número de predadores.
Por exemplo, se o número de predadores num determinado ecossistema diminuir, isso não significará que será algo bom para a população das suas presas. Isto porque o número de indivíduos dessa população vai aumentar e poderá deixar de haver alimento para tantos indivíduos.
Outro exemplo está relacionado com a introdução de espécies típicas de outras regiões num ecossistema onde não encontram predadores, o que fará com que várias espécies desse ecossistema possam se extinguir.
Fluxos de energia e ciclos de matéria
Cadeia alimentar – sequência de seres vivos que se alimentam do nível trófico anterior e servem de alimento ao nível trófico seguinte.
Nível trófico (NT) – posição que um ser vivo (ou grupo de seres vivos com o mesmo tipo de alimentação) ocupa numa cadeia alimentar.
Ser vivo autotrófico – ser capaz de produzir o seu próprio alimento, a sua própria matéria orgânica, através da fotossíntese.
Ser vivo heterotrófico – ser que precisa alimentar-se de outros seres vivos para obter matéria orgânica.
Classificação dos níveis tróficos (NT):
produtor (autotrófico), consumidor e decompositor (heterotróficos).
Teia alimentar – conjunto de cadeias alimentares que se relacionam, pois há seres vivos que fazem parte de várias cadeias ao mesmo tempo.
Pirâmide ecológica – representação das transferências de energia e matéria entre os seres vivos de um ecossistema. Podem ser de 3 tipos: de números (nº de indivíduos); de biomassa (massa total dos indivíduos) e de energia (energia em cada nível trófico).
FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS
O Sol é a fonte de energia do nosso planeta. Só os seres capazes de realizar fotossíntese (fotossintéticos) conseguem captar e transformar a energia do Sol.
A energia do sol é transformada em energia química (presente nas ligações químicas da matéria orgânica produzida pelos seres fotossintéticos) e passa para outros seres vivos através da alimentação. Apenas uma parte da energia disponível num nível trófico é aproveitada pelo nível trófico seguinte.
A energia perde-se sob a forma de calor em actividades como a respiração, excreção, locomoção, etc.
A energia não é reaproveitada nos ecossistemas (não regressa ao Sol nem aos produtores), dizendo-se que segue um fluxo unidireccional. Por este motivo não existem cadeias alimentares com mais do que cinco níveis tróficos, porque a quantidade de energia transferida para o nível seguinte seria demasiado baixa.
CICLOS DA MATÉRIA
A matéria circula nos ecossistemas sob diferentes formas, sendo reaproveitada/reciclada, dizendo-se que segue um ciclo.
Existem diversos ciclos de matéria. O ciclo da água, o ciclo do carbono, o ciclo do oxigénio e o ciclo do azoto.
O ciclo da água, consiste fundamentalmente em 3 processos que ocorrem sequencialmente de forma cíclica:
Evaporação – a água passa do estado líquido (nos ecossistemas) para o estado gasoso (na atmosfera).
Condensação – a água passa do estado gasoso ao estado líquido, formando-se nuvens.
Precipitação – queda de água na forma de chuva, neve ou granizo.
EQUILÍBRIO DINÂMICO DOS ECOSSISTEMAS E SUSTENTABILIDADE DO PLANETA TERRA
Sucessão ecológica - sequência de comunidades que se vão substituindo umas ás outras, ao longo do tempo numa determinada área.
ecológica primária - surge num local onde nunca houve vida antes
Sucessão ecológica secundária - surge num local onde já houve vida antes
Comunidades pioneiras
- liquenes
- musgos
- gramíneas
- insectos
- minhocas
- roedores
Perturbações no equilíbrio dos ecossistemas
Catástrofes Naturais
Geológicas
- sismicidade
- vulcanismo
- movimentos de terrenos
Climáticas
- tempestades
- cheias
- secas
- incêndios
Catástrofes Antrópicas - Provocadas pelo Homem
- incêndios
- desflorestação
- poluição
- invasões biológicas
- ameaças NRBQ
- emergências radiológicas
- acidentes com o transporte de substancias perigosas
- - - - - - - - - - - - - -
- Sismicidade
- Tsunami
Medidas de prevenção
- construção antissísmica
- planeamento urbano
- sensibilização das populações
- Vulcanismo
- Lava - destruição dos seres vivos, habitats e edifícios
- Cinzas e gases - poluição, destruição de infraestruturas e implicações na economia
Medidas de prevenção
- cartas de risco vulcânico
- monitorização de aparelhos vulcânicos
- sensibilização das populações
- Tempestades - manifestações atmosféricas de extrema violência, sob a forma de intensa pluviosidade, trovoada e ventos fortes (furacões, tufões e ciclones)
Medidas de prevenção
- monitorização
- ordenamento do território
- sensibilização das populações
- Cheias - fenómenos naturais extremos e temporários provocados por precipitações moderadas e permanentes ou por precipitações curtas e intensas
Principais consequências
- aumento do caudal dos cursos de água que origina o extravase e inundação
- derrocadas
- aluimentos de terras
Medidas de prevenção
- conhecimento da constituição dos solos e da sua capacidade de infiltração
- cartas de zonas de risco de inundação
- limpeza das canalizações e condutas
- Secas - períodos com valores de precipitação muito baixos ou inexistentes
Principais consequências
-degradação dos solos
-diminuição da produtividade agrícola
-desflorestação
-desertificação
-diminuição da biodiversidade
Medidas de prevenção
adaptar as culturas ao regime pluvial da região
construir sistemas de retenção de água como albufeiras
- Incêndios - ocorrência de fogo não controlado
Principais consequências
- destruição da habitats
- destruição de edifícios
Medidas de prevenção
-limpeza das matas e das florestas
-vigilância das florestas
-cartas de risco de incêndio
-sensibilização das populações
- Desflorestação - processo de desaparecimento das florestas
Causas
- obtenção de solo para agricultura e para a pecuária
incêndios
Principais consequências
~aumento da erosão dos terrenos e desertificação
~aumento da dispersão de poluentes
- perdas de biodiversidade
Medidas de prevenção
melhor gestão dos recursos florestais
racionalização da exploração
reflorestação
Introdução de espécies invasoras
- Espécie exótica (não indígena) - espécie que ocorre num território que não corresponde à sua área de distribuição natural
- Espécie invasora - espécie exótica que provoca alterações significativas nos ecossistemas e que pode levar ao desaparecimento de outras espécies
Principal consequência - perda de biodiversidade
Medidas de prevenção
- legislação para controlar as espécies invasoras
Poluição do ar: Aumento do efeito de estufa
- Efeitos de estufa - retenção da radiação solar pela atmosfera terrestre
- GEE (gases com efeito de estufa)
- dióxido de carbono
- metano
- óxidos de nitrogénio
- CFC (clorofluorcarbonetos)
Consequências do aumento do efeito de estufa
- aquecimento global
- alterações climáticas
- degelo dos glaciares
- aumento do nível médio das águas do mar
- risco de desaparecimento de zonas costeiras
Poluição do ar: Redução da camada de ozono
Camada de ozono - camada existente na estratosfera que protege os seres vivos contra os raios ultravioletas
Principal causa da redução da camada de ozono - produção e libertação de CFC para a atmosfera
Principais consequências
- cancro da pele
- enfraquecimento do sistema imunitário
- doenças oculares
- envelhecimento da pele
- destruição da fitoplâncton
- alteração no crescimento das plantações
- alteração nas taxas de incidência de reprodução de alguns seres vivos
Poluição do ar: chuvas ácidas
- chuva com ácido sulfúrico e ácido nítrico produzidos pela combinação de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogénio com o vapor de água
Principais consequências
- as folhas das plantas perdem a camada cerosa
- danificação das raízes
- destruição da clorofila
- corrosão de edifícios e monumentos
Poluição da água: Bioacumulação
- passagem de pesticidas e metais pesados, como o mercúrio e o chumbo, de nível trófico, em concentrações cada vez maiores
Principais causas - irrigação dos solos agrícolas com águas com poluentes
Principais consequências
- distúrbios do sistema nervoso
- doenças renais
- destruição do tecido cartilagíneo
Poluição da água: Eutrofização
- concentração excessiva de nutrientes em ecossistemas aquáticos
Principais causas - emissão de poluentes provenientes da actividade agrícola (adubos) actividade industrial e do consumo urbano
Principais consequências
- crescimentos excessivo de algas
- impedimento da passagem de luz
- ruptura do equilíbrio ecológico que pode levar à morte dos seres vivos desse ecossistema