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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

História - Marquês de Pombal

Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro Conde de Oeiras foi mais conhecido com o nome de Marquês de Pombal.


Nascido em família nobre, quis fazer carreira de Direito na Universidade de Coimbra, mas a abandonou e preferiu a carreira militar, onde também rapidamente solicitou sua demissão.

Desta maneira Marquês de Pombal optou pela carreira diplomática.

Durante o governo do Rei D. João V e com a ajuda dos seus familiares ocupou o cargo de embaixador na Grã-Bretanha onde se considera que iniciou a etapa de formação do seu espírito reformador.  Sua missão em Londres não teve repercussões importantes, mas contribuiu para iniciar o aprendizado no que toca a seu trabalho diplomático.


Quando voltou a Portugal, o Rei D. João V ainda continuava no poder, mas não lhe ofereceu nenhuma função.  Só no momento em que o Rei morreu e o filho D. José I ascende, foi chamado pela Coroa portuguesa para um novo cargo, o de Ministro dos negócios Estrangeiros e da Guerra.

Marquês de Pombal e o Terremoto de 1755
Em 1755 Marquês de Pombal já tinha sido nomeado o Primeiro-ministro do reino.  O dia 1º de Novembro de 1755 seria a prova de fogo para o recém-nomeado.


Nesta data, Lisboa foi destruída depois de um forte tremor de terra, seguido de um maremoto e de vários incêndios.

A reacção de Sebastião de Melo foi a imediata reconstrução da cidade e o atendimento da emergência sanitária.  Como consequência de sua atitude perante a tragédia, Lisboa foi levantada quase um ano depois do terremoto, sem a presença de epidemias.

Mandato de Marquês de Pombal

Utilizando os conhecimentos adquiridos em Londres, Marquês de Pombal implementou satisfatoriamente medidas e reformas para reproduzir o sucesso da economia inglesa em terras lusitanas.  Sebastião de Melo pretendia efectivar a racionalização administrativa, mas deixando o poder monárquico intacto, conservando para isto elementos da política mercantilista.

Neste sentido, durante seu mando durante os anos de 1750 e 1777, o reino de Portugal foi um claro exemplo de política do tipo despótico esclarecido, forma de governo que mistura a monarquia absolutista com o racionalismo iluminista.

Aos poucos, o Rei concedeu maiores poderes ao Marquês, tornando-o um governante severo e rigoroso, características que criaram grandes inimizades com a classe nobre e criando-lhe muitos opositores.

O plano de reformas foi significativo e atingia todos os âmbitos do governo.

No económico, buscava aprimorar a produção nacional perante a estrangeira, estabelecendo monopólios de mercado.

No campo religioso, foi muito discutida sua decisão de expulsar aos jesuítas de Portugal, com o fim de frear a sua intervenção na sociedade portuguesa.

Na educação, com a saída da Companhia de Jesus, estabeleceu novos processos educativos sob o mando de instituições civis.

Já no tema social, regulou a autonomia da nobreza com o fim de favorecer a ascensão da classe burguesa.

Quando o Rei D. José I morreu é sucedido por D. Maria I, sendo a primeira disposição da Rainha a demissão e o desterro do Marquês, devido a que não concordava com as medidas impostas por ele durante seu mandato.



sábado, 6 de julho de 2019

História - Da “Revolução Agrícola” à “Revolução Industrial”

Da “Revolução Agrícola” à “Revolução Industrial”

Na Inglaterra, nos séculos XVII e XVIII, a agricultura sofreu bastantes transformações que ficaram conhecidas por Revolução Agrícola.

FORMAÇÃO DE GRANDES PROPRIEDADES (ENCLOSURES)
A nobreza rural britânica alargou as suas propriedades adquirindo baldios (terrenos incultos ou comuns a vários moradores para o gado pastor) e terrenos de pequenos proprietários arruinados e transformaram-nos em campos fechados (enclosures)

NOVAS TÉCNICAS DE CULTIVO
- selecção de sementes
- sistema quadrienal de rotação de culturas
- melhoria dos solos arenosos por mistura de argila
- drenagem de pântanos para aumentar a área cultivável.

NOVAS CULTURAS
- batata, beterraba e arroz
- Consequências da revolução agrícola
- Crescimento demográfico

Estas transformações aumentaram bastante a produtividade e passou a haver uma abundância de alimentos. A população passou a alimentar-se melhor e, graças à melhoria dos cuidados de higiene e aos avanços na medicina, a taxa de mortalidade diminuiu e deu-se um crescimento demográfico.

MELHORES CONDIÇÕES DE HIGIENE E SAÚDE

MELHOR  ALIMENTAÇÃO                                                                                 
                                                                                   






REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

O fornecimento de matérias-primas (lã) e capitais á industria foram importantes para o arranque da Revolução Industrial.

A Revolução Industrial surgiu prioritariamente na Inglaterra devido a condições politicas, sociais e económicas.

CONDIÇÕES POLITICAS
- Regime politico (parlamentarismo) que defendia não só os interesses da nobreza como também os da burguesia.

CONDIÇÕES SOCIAIS
- existência de uma burguesia e nobreza activas e empreendedoras
- existência de uma mão-de-obra numerosa

CONDIÇÕES ECONÓMICAS
- abundância de capitais devido ao comercio colonial
- abundância de matérias primas (lã e algodão)
- vasta rede de vias de comunicação que facilitavam o transporte de matérias primas e de mercadorias
- vasto mercado interno e externo
- Sectores de arranque da revolução industrial
- sector têxtil algodoeiro (algodão e lã)
- industria metalúrgica (ferro e carvão)
- Fonte de energia - força a vapor (produzido em caldeiras aquecidas pelo carvão)
- Maquinação da industria

PROGRESSOS TÉCNICOS
- bomba a vapor
- lançadeira volante
- máquinas de fiação
- máquina a vapor
- teor mecânico



Nova classe social: operariado
Muitos dos operários eram mulheres e crianças e chegavam a trabalhar 15 ou 16 horas por dia com salários muito baixos.

As más condições de higiene contribuíram ainda para a existência de muitas doenças como a tuberculose.


Com a industrialização surgiram vários problemas ambientais:

- águas enegrecidas devido à fuligem e com o pó do carvão
- sobre-exploração de recursos minerais e alteração da paisagem devido á sua extracção
- poluição dos solos, ar, rios e oceanos
- poluição sonora devido ao ruído das máquinas

domingo, 16 de junho de 2019

História - Revoluções e Estados Liberais Conservadores

REVOLUÇÕES E ESTADOS LIBERAIS CONSERVADORES

Independência Estados Unidos da América

Na América do Norte (na costa leste), em 1776 treze colónias inglesas tornam-se independentes.

Principais factores de descontentamento das colónias inglesas

Existia uma burguesia próspera e empreendedora que estava contra o exclusivo colonial imposto pela metrópole que impedia de comerciar com os outros países. A situação piorou quando a metrópole fixou novas taxas alfandegárias sobre o açúcar, o chá e o papel selado.

Processo que levou á criação dos E.U.A.

Em 1775, os representantes das treze colónias resolveram criar um exercito para resistir á dominação inglesa e, no ano seguinte, um novo congresso em Filadélfia decidiu proclamar a independência. A Inglaterra entrou em guerra contra os revoltosos mas estes tiveram o apoio da França, Espanha e Holanda. No qual, em 1783, o exercito de Washington impôs-se aos ingleses que se viram obrigados em reconhecer a independência das suas colónias.

Processo de consolidação da independência

Em 1787, as várias colónias aprovaram a Constituição de 1787 que instituiu os Estados Unidos da América sob a forma de uma república federal: cada Estado conservava a sua autonomia mas havia um governo central que se ocupava das questões comuns como a defesa e os negócios estrangeiros.

Aspectos inovadores desta revolução

Pela primeira vez uma colónia tornava-se independente
Foi instaurado um regime democrático baseado nos ideais iluministas
Revolução Liberal Francesa
Em 1789, ocorreu uma revolução na França que acabou com a monarquia absoluta.

Descontentamento social

Terceiro Estado

- Os camponeses viviam na miséria, pagavam bastantes impostos e ainda várias obrigações senhoriais
- Os artesãos e assalariados queixavam-se da falta de emprego, baixos salários e subida de preços
- Os burgueses, apesar de ser o grupo social mais rico e mais culto, não tinham acesso aos mais altos cargos, por isso apoiavam as ideias iluministas de liberdade e igualdade.

Crise económica e financeira
- maus anos agrícolas fez subir os preços dos cereais
- as receitas do Estado eram insuficientes para cobrir as despesas

Umas das soluções propostas foi cobrar impostos também aos grupos privilegiados (nobreza e clero), no entanto estes grupos sociais não aceitaram esta solução.

domingo, 9 de junho de 2019

História - Características do Antigo Regime

O ANTIGO REGIME

 Período Período histórico histórico que vai desde o século XVI ao século XVIII que se caracterizou: - na política, pelo Absolutismo;
- na economia, pelo Mercantilismo;
- na sociedade, pela divisão em ordens

A economia europeia 

• Nos séculos XVI e XVII assistiu-se ao nascimento de uma economia à escala mundial, marcada pelo desenvolvimento do comércio.
• Contudo, apesar da intensificação dos tráficos comerciais, a principal actividade económica do Antigo regime continuou a ser a agricultura. O mundo rural encontrava-se mergulhado numa profunda estagnação.

O peso da agricultura

1. Os sistemas de cultivo eram pouco eficazes(ainda vigorava o pousio) e as alfaias agrícolas arcaicas (muitas ainda eram de madeira).
2. As terras estavam nas mãos da nobreza e do clero, proprietários com pouca propensão para investir e modernizar as explorações.
3. A carga fiscal sobre os camponeses era elevada.
4. Os camponeses ao trabalharem em terras que não eram suas não se sentiam estimulados para fazer investimentos.

• A principal actividade económica de Portugal , no século XVII, era a agricultura. Esta apresentava baixos níveis de produtividade porque:
- utilizava técnicas e instrumentos agrícolas arcaicos;
- a maior parte das terras pertencia ao rei , ao clero ou à nobreza e não eram convenientemente exploradas.

• Os reis absolutistas empenharam-se em desenvolver a riqueza dos seus países para imporem a grandeza do Estado aos seus súbditos e aos Estados Estrangeiros.
• Com esse objectivo desenvolveram o mercantilismo - Doutrina económica proteccionista que defendia a ideia que a riqueza de um país dependia da quantidade de metal precioso que a Coroa retinha nos seus cofres. advogando que estes se atrairiam através do incremento das exportações e da restrição das importações (procura de uma balança comercial favorável).,


 



Era necessário…

• Desenvolver o fabrico nacional dos produtos mais importados;
• Alterar as taxas aduaneiras , para que os produtos importados pagassem altos impostos, elevando o seu preço no mercado, favorecendo a produção interna;
• Isenção de impostos a determinadas empresas;
• Contratação de técnicos estrangeiros especializados,
• Criação e protecção de manufacturas.

Politica Económica de Colbert (França)
- fundou e protegeu manufacturas
- concedeu ás novas manufacturas o monopólio de certos produtos e isenções de impostos
- contratou técnicos estrangeiros
- aumentou as taxas alfandegárias sobre a importação de produtos estrangeiros
- criou companhias de comércio

Alto de Navegação Inglês de 1660
Estabelecia que todas as mercadorias importadas pela Inglaterra deveriam ser transportadas por navios ingleses e que os produtos das colónias inglesas só podiam ser exportadas para Inglaterra.

Arte Barroca

Características Gerais
- movimento
- dramatismo
- exuberância


O Mercantilismo em Portugal

• Portugal estava a atravessar uma crise económica.
• Por volta de 1670, o país foi afectado por uma crise comercial.
• O açúcar brasileiro enfrentou a concorrência directa do açúcar das Antilhas , o que fez cair o seu custo e diminuir as vendas.

Face a esta crise comercial o conde da Ericeira, ministro do rei D. Pedro II promove algumas medidas mercantilistas

• Desenvolveu as manufacturas dos lanifícios , na Covilhã, no Fundão e em Portalegre, e a indústria da seda, em Lisboa;
• Concedeu subsídios a quem instalasse uma manufactura em Portugal;
• Incentivou a vinda de técnicos estrangeiros especializados;
• Publicou leis pragmáticas.

«Nenhuma pessoa se poderá vestir de pano que não seja fabricado neste reino; como também não poderá usar de voltas, de rendas, cintos, talins, e chapéus que não sejam feitos nele.» 

                                                                                     Pragmática de 25 de Janeiro de 1677

Distribuição das manufacturas em Portugal, na primeira metade do século XVII

No norte da Europa, a Inglaterra e os Países Baixos tinham uma agricultura mais desenvolvida .

• A sociedade do Antigo Regime era hierarquizada e estratificada em ordens.

O Clero
• Ocupava-se do culto, do ensino e da assistência.
• Os bispos e os abades viviam de forma faustosa com privilégios de verdadeiros senhores.
• Recebia doações, quer do rei, quer de particulares; a dízima.
• Os párocos e os monges viviam modestamente, por vezes com inúmeras dificuldades.
• Os rendimentos do clero provinham das suas terras e das rendas que cobravam.
• Os seus membros eram julgados em tribunais próprios (direito canónico) e não cumpriam serviço militar.

A nobreza
• Tinha funções militares e ocupava cargos na administração e na política.
• Possuía extensas propriedades.
• Recebia rendas e prestação de serviço dos camponeses que trabalhavam nas suas terras.

• Dividia-se em vários estratos:
 • Nobreza de espada (guerreira, rural, tradicional), que vivia nas suas terras, perdendo cada vez mais prestígios.
• Nobreza de toga (corte), que exercia os mais cargos da administração pública , dependia do rei e vivia faustosamente na corte.

Terceiro Estado 
• Não possuía quaisquer privilégios e era ele que assegurava as actividades produtivas.
• O povo era constituído por muitos estratos sociais, entre eles destacava-se a burguesia.
• A alta burguesia estava ligada ao comércio e aos negócios do ultramar.
• A média e a baixa burguesia era composta pelos comerciantes e artesãos.
• Abaixo deste estavam os camponeses e os assalariados rurais ou urbanos.
• Na base da sociedade estavam os mendigos.

• Na sociedade do Antigo Regime havia fraca mobilidade social.
• A ascensão da sociedade, embora fosse possível, era muito rara.
• Alguns elementos do terceiro estado podiam passar à nobreza comprando os títulos como recompensa pelos serviços prestados ao reino.

 “O ESTADO SOU EU” 

O poder absoluto

• O rei concentrava em si todos os poderes e funções do Estado: a política, a justiça, a administração e a economia.
• Todos os grupos sociais estavam subjugados ao poder do rei.
• A ideia do direito divino dos reis, defendia-se que, como o rei recebia o poder directamente de Deus , todos os súbditos lhe deviam respeito total e obediência.

terça-feira, 4 de junho de 2019

História - Iluminismo

Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, a partir do século XVII, e defendia o uso da razão para promover mudanças na sociedade. O pensamento iluminista contestava o modelo de sociedade que surgiu a partir do século XV, caracterizada pelo chamado Antigo Regime.



Este movimento acabou promovendo mudanças políticas, económicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. O apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, conhecido como o Século das Luzes. Teve grande repercussão na França, onde influenciou a Revolução Francesa.

O pensamento iluminista atacava directamente o chamado Antigo Regime. Denominamos Antigo Regime, as características políticas, económicas, sociais e religiosas que predominaram na Europa até o século XVIII. Na política, predominava o absolutismo, com os reis acumulando grande poder nas mãos. Na economia, predominavam as ideias mercantilistas, que defendiam a intervenção do governo nos assuntos económicos.

Na sociedade, predominava a sociedade estatal, dividida em estados: o primeiro estado era o clero; o segundo estado era a nobreza; e o terceiro estado, a burguesia, camponeses e operários. Somente os dois primeiros tinham direitos políticos e privilégios. Na religião, predominavam as perseguições religiosas após as reformas do século XVI. Cada governante passou a querer impor sua religião aos governados.

Podemos concluir que o antigo regime era composto por instituições e modelos sócio-económicos que iam contra os interesses da burguesia. Assim, deveria ser substituído.

Bases do Iluminismo


O pensamento iluminista foi influenciado por uma série de intelectuais europeus que ajudaram a construir uma visão diferente do mundo e da sociedade. Assim, no século XVII, o francês René Descartes defendeu que a verdade poderia ser alcançada através de duas habilidades humanas: duvidar e reflectir.

Neste mesmo período surgiram vários estudos no campo das ciências da natureza que também influenciaram o pensamento iluminista. Dentre estes estudos, está a obra do inglês Isaac Newton. Por meio de seus experimentos, Newton conseguiu elaborar uma série de leis que explicavam os fenómenos naturais independente das concepções religiosas.

Este conjunto de ideias influenciou o pensamento dos chamados pensadores iluministas, como John Locke, Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Diderot, entre outros.

John Locke e Montesquieu

John Locke foi um pensador inglês. Criou a obra “Dois Tratados sobre o Governo”, na qual defendia que o homem teria alguns direitos naturais como a vida, a liberdade e a propriedade.

É considerado o pai do liberalismo, filosofia que defende a propriedade privada, a igualdade de todos perante a lei, a limitação do poder do governante e o livre mercado. O liberalismo político atacava directamente os princípios do absolutismo, sendo que as ideias republicanas, constitucionais e o direito ao voto surgiram a partir do liberalismo.

Montesquieu foi um pensador francês. Criou a obra “Do Espírito das Leis”, na qual defendeu a separação dos três poderes do estado, ou seja, o Executivo, Legislativo e Judiciário. A separação dos três poderes tinha como objectivo limitar o poder do governante, para evitar abusos de autoridade, comum nos governos absolutistas.

Voltaire e Rousseau


Voltaire também foi um pensador francês. Criou a obra “Dicionário Filosófico”, na qual defendia que a mistura de religião e política criava governos injustos, que defendiam os interesses de apenas uma parcela da população.

Apesar das críticas, Voltaire não desejava o fim da monarquia. Para ele, o governo ideal era a monarquia esclarecida, ou seja, o poder do rei mediado pela ideias iluministas. Voltaire também defendia a liberdade de expressão. Foi autor da frase: “Posso não concordar com uma palavra que dizes, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las”.

Rousseau foi um pensador suíço. Criou a obra “Do Contrato Social”, na qual defendia que a sociedade era capaz de corromper o ser humano, eliminando a sua bondade natural. Para ele, a simplicidade e a comunhão entre os homens deveriam ser valorizadas como factores essenciais na construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Entretanto, esse modelo só poderia ser alcançado quando a propriedade privada fosse sistematicamente combatida. Foi autor da frase: “O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe”.

Diderot


Diderot foi um pensador francês. Junto com D’Alembert, criou a obra “Enciclopédia”. Seu objectivo era reunir todo o conhecimento que a humanidade havia produzido até sua época. A criação desta obra foi um factor determinante para que as ideias iluministas se espalhassem pela população, adquirindo grande visibilidade.
Diderot foi autor da frase: “O homem só será livre quando o último déspota for estrangulado com as entranhas do último padre”.

Fisiocracia


Além de mudanças sociais e políticas, os iluministas também defendiam mudanças na economia que, na época, era dominada pelo Mercantilismo. Os primeiros críticos do mercantilismo foram os fisiocratas. Para eles, a riqueza deveria vir da agricultura, da mineração e da pecuária.

Para os fisiocratas, o comércio era considerado uma actividade estéril, já que não passava de uma troca de riquezas. A fisiocracia também defendia o fim da intervenção do estado na economia. Segundo eles, a economia deveria agir livremente e sem restrições.

Estas ideias acabaram influenciando pensadores como o inglês Adam Smith, considerado o pai da economia clássica.


Despotismo Esclarecido


As ideias liberais se espalharam rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo, passaram a aceitar algumas ideias iluministas. Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam unir o jeito de governar absolutista com as ideias de progresso iluministas. Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal.


Iluminismo - movimento cultural, que surgiu no século XVIII, e que valorizava o Homem como ser racional e esclarecido.

O que defendia o Iluminismo?

- Liberdade Económica
- Liberalismo Politico
- O Homem devia ser iluminado pelo conhecimento baseado na razão para assim sair da obscuridade da ignorância e ser livre

Os iluministas eram intelectuais, na maioria de origem burguesa, que criticaram a situação social, politica e cultural vivida no Antigo Regime.


A difusão das ideias iluministas foi rápida graças:

-à invenção da Enciclopédia
-aos jornais
-aos cafés
-às academias
-às lojas da Maçonaria





Influencia das ideias iluministas em Portugal

Os estrangeirados

As ideias iluministas chegaram a Portugal sobretudo através dos estrangeirados (portugueses que viveram no estrangeiro e quando regressaram a Portugal quiseram aplicar as mudanças que estavam a ocorrer lá fora).

Reformas Pombalinas

As propostas de mudança vieram a ser aplicadas por meio de reformas económicas, sociais e culturais promovidas pelo Marques de Pombal, ministro de D. José.


Reformas Económicas (mercantilistas)

- criou companhias de comércio, a quem deu o monopólio de alguns produtos
- apoiou manufacturas através da isenção de impostos e de subsídios e criou novas

Reformas Sociais

- pôs fim ás perseguições da inquisição
- concedeu privilégios de nobreza a burgueses

Reformas Culturais

- fundou escolas menores (ensino primário)
- fundou escolas régias (ensino secundário)
- reformou a Universidade de Coimbra, onde foi introduzido o ensino de novas matérias como a matemática e as ciências da natureza
- modernizou os métodos de ensino com frequente recurso á experimentação laboral

A Nível Politico

- apoiou o despotismo esclarecido
- reforçou o aparelho do Estado através da criação de organismos que controlavam a administração e - as actividades do Reino (erário régio, junta de comercio, real mesa censória e colégio dos nobres)

A importância da Cidade de Lisboa

A reconstrução da Cidade de Lisboa, após o terramoto de 1755, foi outra iniciativa de Marques de Pombal, e serviu para dar uma imagem do poder do Rei embora baseado nas ideias iluministas.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Historia - Fases da exploração da costa africana

1ª Fase da exploração da costa africana –  De Ceuta a Serra Leoa 
Período Henriquino

Principal responsável pelas primeiras expedições marítimas

Infante D. Henrique, filho de D. João I.
Datas importantes durante esta fase

1419 – Redescobrimento* da Madeira
1427 – Redescobrimento* dos Açores
1434 – Passagem do cabo Bojador (navegador: Gil Eanes)
1460 – Chegada a Serra Leoa

*  Em relação aos arquipélagos da Madeira e dos Açores, algumas das suas ilhas já apareciam representadas em alguns mapas do século XIV, por isso não se trata de descobrimentos, mas sim de redescobrimentos.

Só a partir da passagem do cabo Bojador é que se atingiu terras nunca antes pisadas pelos europeus. Por isso, a partir de 1434 é que se iniciam as verdadeiras viagens de descobrimento, ou seja, viagens a terras que até aí não eram conhecidas pelos europeus.






Gil Eanes foi um navegador português, escudeiro do Infante D. Henrique. Foi o primeiro a navegar para além do Cabo Bojador, em 1434, dissipando o terror supersticioso que este promontório inspirava e iniciando assim a época dos "grandes descobrimentos".





2ª fase da exploração da costa africana – Da Serra Leoa ao Cabo de Santa Catarina
Contrato com Fernão Gomes
Responsável pela 2ª fase da exploração da costa africana

Fernão Gomes era um rico mercador de Lisboa
Após a morte do infante D. Henrique, o rei português então no poder, D. Afonso V, interessou-se mais em expedições militares no norte de África, onde conquistou as cidades de Alcácer Ceguer (em 1458) e Tânger (em 1471).

As expedições marítimas ficaram encarregues ao burguês Fernão Gomes, através de um contrato de 5 anos (1469-1474). Fernão Gomes podia fazer comércio nas terras que descobrisse, e em troca pagava uma importância em dinheiro e estava obrigado a descobrir para sul, em cada ano, cem léguas de costa.

Datas importantes durante esta fase

1474 – Chegada ao Cabo de Santa Catarina
Durante esta fase foi explorado todo o golfo da Guiné, incluindo a costa da Mina, onde foi possível adquirir bastante ouro.


3ª fase da exploração da costa africana – Do cabo de Santa Catarina ao cabo da Boa Esperança 
Direção de D. João II
Responsável após o contrato de Fernão Gomes

D. João II, filho de D. Afonso V
Com a subida ao poder de D. João II, a política de expansão tomou um novo rumo. O grande objetivo de D. João II era chegar à Índia por mar, contornando o continente africano.

Houve três iniciativas durante o seu reinado que contribuíram para que se atingisse o seu objetivo:

1485-1486 – as viagens de Diogo Cão, que explorou o litoral de Angola e chegou até à actual Namíbia
1487 – a expedição de Pero da Covilhã e Afonso de Paiva ao Oriente para recolherem informações sobre a navegação e o comércio no Oceano Índico
1488 – a passagem do cabo da Boa Esperança, por Bartolomeu Dias, que assim atingiu o limite sul do continente africano e alcançou o Oceano Índico







Em 1488 Bartolomeu Dias foi o primeiro europeu a dobrar o Cabo das Tormentas. Na esperança de abrir novos caminhos às descobertas portuguesas o cabo foi rebaptizado como sendo da Boa Esperança.
Estava assim aberto o caminho para se chegar à Índia por mar.

Historia - Construção do Império Espanhol da America


Rivalidade luso-castelhana
Disputa pelo arquipélago das Canárias e o Tratado de Alcáçovas (1480)

A competição entre Portugal e Castela (depois Espanha) sobre a posse dos territórios descobertos começou com a disputa do arquipélago das Canárias. Para resolver este conflito, foi assinado um tratado (Tratado de Alcáçovas) onde ficou determinado que Portugal desistia das Canárias, e em troca tinha o domínio exclusivo dos territórios a sul daquelas ilhas.




Descoberta da América (1492) e Tratado de Tordesilhas (1494)

Espanha (após união entre Castela, Leão e Aragão) tinha também interesse em chegar à Índia por mar, e por isso financiou a viagem de Cristóvão Colombo que pretendia chegar à Ásia navegando para Ocidente, uma vez que já se sabia que a Terra era redonda. Em 1492 atingiu terras que pensava serem da Índia, mas afinal tinha acabado de descobrir um novo continente: a América.

No entanto, as terras que descobriu, as Antilhas, encontravam-se a sul das Canárias, e segundo o Tratado de Alcáçovas, essas terras deveriam pertencer a Portugal. Para resolver mais este conflito, foi assinado um novo tratado (o Tratado de Tordesilhas) que dividiu o mundo em dois hemiférios, a partir de um meridiano que passava a 370 léguas  a ocidente de Cabo Verde. As terras para oriente desse meridiano pertenceriam a Portugal, e a ocidente a Espanha.



Nesta fase, também outras nações europeias pretendiam expandir os seus territórios e pretendiam navegar livremente em qualquer parte do mundo, mas este tratado veio consolidar a política portuguesa e espanhola do mare clausum (mar fechado).

Historia - Exploração do Brasil

 
Colonização do Brasil

Inicialmente, os Portugueses interessaram-se apenas num único produto: o pau-brasil. No entanto, quando franceses e espanhóis tentaram instalar-se no território brasileiro, os portugueses decidiram proceder à sua colonização, tal como nas ilhas atlânticas, através de capitanias.

No entanto, devido às rivalidades entre os vários capitães-donatários e dificuldade a resistir aos frequentes ataques de índios e franceses, em 1549, Tomé de Sousa foi nomeado primeiro governador geral do Brasil.

Capital do Brasil (nesse período):

S. Salvador da Baía
Principal produto explorado após a colonização: cana-de-açúcar




Para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar foram transportados desde África muitos escravos, em condições desumanas.


Eles eram capturados nas terras onde viviam na África e trazidos à força para a América, em grandes navios, em condições miseráveis e desumanas. Muitos morriam durante a viagem através do oceano Atlântico, vítimas de doenças, de maus tratos e da fome.

Historia - O Império Português no Oriente

Política do 1º vice-rei da Índia – D. Francisco de Almeida



Domínio dos mares
Os Portugueses, no Oriente, procuraram fundar apenas um império comercial, e não territorial. A principal oposição ao domínio português veio dos Muçulmanos que até então dominavam o comércio de exportação asiático. Foram então travados, no mar, combates decisivos onde se notabilizou o vice-rei D. Francisco de Almeida.







Política 2º do vice-rei da Índia – Afonso de Albuquerque

Domínio dos mares e conquista territorial de cidades estratégicas
Afonso de Albuquerque, além de continuar a política do anterior vice-rei, decidiu conquistar algumas cidades estratégicas como Ormuz, Goa e Malaca. Através destas cidades foi possível estabelecer uma importante rede de trocas comerciais pelos mares do Oriente.




Sistema de exploração

Para obter o monopólio do comércio no Oriente os Portugueses apoiaram-se numa rede de feitorias desde a costa ocidental de África até à China e ao Japão.

Capital do Império Português do Oriente:

Goa
As mercadorias eram todas encaminhadas para Goa, de onde saíam todos os anos armadas para Portugal.



Monopólio régio

O comércio de todas as mercadorias estava sob controlo direto da coroa. Para isso foi criado em Lisboa um organismo oficial, a Casa da índia, que organizava as armadas, controlava o comércio entre Portugal e o Oriente e era onde se vendiam as mercadorias recebidas.


segunda-feira, 6 de maio de 2019

História - Expansão portuguesa


Expansão portuguesa

 Conquista de Ceuta

A cidade de Ceuta localiza-se no Norte de África, sendo na altura uma das cidades mais importantes.


 Boa localização geográfica (permitia o controlo do mar mediterrâneo)

 Local de paragem das principais rotas de comércio mouras (sedas, especiarias vindas do oriente)

 Existência de ouro e especiarias

 Local de partida dos piratas que atacavam o sul de Portugal (permite o controlo dos ataques)


No entanto, a conquista da cidade não surtiu o efeito esperado pelos Portugueses, pois os muçulmanos desviaram as suas rotas e passaram a atacar a cidade. Estes ataques e a falta de riquezas provocaram grandes despesas aos portugueses para conseguirem manter a cidade na sua posse.


Após a conquista de Ceuta, os descobrimentos portugueses dividiram-se entre a continuação da conquista do Norte de África e a exploração do mar para Sul, ao longo da costa africana.


1ª Fase da exploração da costa africana –  De Ceuta a Serra Leoa – Período Henriquino
Principal responsável pelas primeiras expedições marítimas

Infante D. Henrique, filho de D. João I.



D. Henrique é filho de D. João I, iniciador da expansão portuguesa. A era de D. Henrique centrou-se na exploração do oceano Atlântico.




 Os arquipélagos da Madeira e dos Açores já eram conhecidos antes de 1419, no entanto, os portugueses apenas reclamaram a sua posse nessa altura. Após a sua colonização ambas as ilhas foram divididas em capitanias para que a sua governação fosse mais simples, assim como a sua exploração.




  Datas importantes durante esta fase

1419 – Redescobrimento* da Madeira

1427 – Redescobrimento* dos Açores

1434 – Passagem do cabo Bojador (navegador: Gil Eanes)

1460 – Chegada a Serra Leoa

 



             Em relação aos arquipélagos da Madeira e dos Açores, algumas das suas ilhas já apareciam representadas em alguns mapas do século XIV, por isso não se trata de descobrimentos, mas sim de redescobrimentos.

Só a partir da passagem do cabo Bojador é que se atingiu terras nunca antes pisadas pelos europeus. Por isso, a partir de 1434 é que se iniciam as verdadeiras viagens de descobrimento, ou seja, viagens a terras que até aí não eram conhecidas pelos europeus.                                                 



História - Expansão e mudança nos séculos XV e XVI

 Expansão e mudança nos séculos XV e XVI

O expansionismo europeu.
No início do século XV, as condições que se encontravam na Europa nessa época provocou uma grande crise politica, económica, social e demográfica.

 Doença (peste negra),
 Más colheitas (diminuição da produção agrícola)
 Fome
 Guerra (guerra dos cem anos)
 Diminuição da população em consequência das condições anteriores (falta de mão-de-obra)
Aumento de impostos
 Revolta dos camponeses pela fixação dos salários

 Crise em Portugal

 Peste negra
 Guerras fernandinas (guerra pela sucessão ao trono de D. Fernando)

Durante o século XV as condições na Europa melhoraram:

 Fim da guerra
 Diminuição da peste
 Ligeiro aumento de população (particularmente nas cidades)
 Melhores condições ambientais
 Aumento da produção agrícola
 Aumento das trocas comerciais (comércio)

 O comércio na Europa beneficia principalmente os Muçulmanos (rotas das especiarias, sedas e perfumes), sendo considerados adversários religiosos e econômicos. Estes detinham todo o conhecimento existente, na época, sobre os continentes asiático e africano.

 Os principais receptores dos produtos vindos pelas rotas do Oriente eram a cidade de Veneza e de Génova. O grande número de intermediários tornava os produtos muito caros.

 O interesse no continente africano, devia-se à necessidade de obter minerais preciosos (ouro e prata) para produzir moeda, muitos destes metais vinham do interior de África trazidos pelos Muçulmanos. Assim como o interesse pelas rotas comerciais dos Muçulmanos que vinham da Ásia e atravessavam o norte de África para chegar à Europa.

 O expansionismo europeu

A Europa via-se como o centro do mundo e a detentora de todo o conhecimento, no entanto, o continente americano, a Oceânia, assim como grande parte de África e mesmo da Ásia eram completamente desconhecidos. Existindo apenas rumores e mitos que assustavam a população, mantendo a Europa completamente isolada do resto do mundo.

 Portugal e Castela encontraram-se na frente dos descobrimentos. Sendo dois países com uma antiga ligação devido às suas posições geográficas (encontram-se lado a lado), partilhavam também uma história no que consiste ao seu desenvolvimento, pois Portugal surge a partir de Castela.

 A guerra entre os dois países sempre foi intensa, particularmente devido às suas fronteiras partilhadas. A assinatura do tratado de paz entre os dois países em 1411 deixou a situação politica mais ou menos resolvida.

 Condições de Portugal que motivaram a expansão:

 Paz política com Castela
 Problemas econômicos (comuns à Europa)
 Desvalorização da moeda
 Escassez de alimentos (particularmente cereais)
 Conquista de novos territórios (nobreza e clero)
 Busca de glória, prestigio e fama (jovens nobres, rei)
 Novos produtos e mercados (burguesia)
 Melhores condições de vida (novos locais de emigração – povo)
 Luta contra os muçulmanos (nobres e clero)
 Expansão da fé cristã (clero)

 Condições que permitiram os descobrimentos portugueses:

 Paz (tratado de paz com Castela)
 Posição geográfica (grande costa atlântica, portos naturais, próxima do Mediterrâneo)
 Estabilidade económica (procura de melhores condições de vida)
 Espírito de cruzada (propagação da fé)
 Prática de actividades aquáticas (pesca, comércio marítimo)
 Conhecimentos de navegação (e construção naval)
 Conhecimento de instrumentos de náuticos (astrolábio, balestilha, quadrante e bússola)
 Conhecimentos de geografia, astronomia e cálculo matemático (navegação pelos astros)



Devido a: Contactos com Árabes e Judeus proporcionou o conhecimento a saberes náuticos, que aperfeiçoaram e adaptaram à navegação em alto mar.

Novos processos de construção naval:


adaptação de um novo tipo de embarcação, a Caravela.

uso da vela triangular
uso do leme central 


Possibilitaram o domínio da técnica de Bolinar, isto é conseguir navegar com ventos contrários.