Teste com resolução




Lê o texto com atenção.
     
 SHMUEL PENSA NUMA RESPOSTA PARA A PERGUNTA DE BRUNO
“– Isto é tudo o que eu sei – começou Shmuel. – Antes de virmos para cá, eu vivia com a minha mãe, o meu pai e o meu irmão Josef num pequeno apartamento por cima da loja onde o papá fazia os relógios dele. Todas as manhãs às sete horas tomávamos o pequeno-almoço juntos e, enquanto estávamos na escola, o papá arranjava os relógios que as pessoas lhe traziam e também fazia relógios novos. Eu tinha um relógio muito bonito que ele me deu, mas agora já não o tenho. Era dourado. Dava-lhe corda todas as noites antes de adormecer e ele estava sempre certo.
– O que é que lhe aconteceu? – perguntou Bruno.
– Eles tiraram-mo – disse Shmuel.
– Quem?
– Os soldados, claro – disse Shmuel, como se fosse a coisa mais natural do mundo. – E então, um dia, as coisas começaram a mudar – continuou. – Cheguei da escola e a minha mãe estava a fazer umas braçadeiras com um tecido especial e a desenhar uma estrela em cada uma. Assim – disse ele, fazendo com o dedo um desenho no chão poeirento.

 – E de cada vez que saíamos de casa, ela dizia que tínhamos de usar essa braçadeira.
– O meu pai também usa uma – disse Bruno. – No uniforme. É muito bonita. É vermelho vivo com um desenho preto e branco – disse ele, fazendo com o dedo outro desenho no chão poeirento do seu lado da vedação.


– Sim, mas são diferentes, não são? – disse Shmuel.”

John Boyne, “O rapaz do pijama às riscas”, Edições ASA, Alfragide, 2006


I


De acordo com as informações do texto, indica a época em que se passa a história. Justifica a tua resposta, recorrendo a elementos textuais. 

Quais os sentimentos que Shmuel demonstra sentir no primeiro parágrafo do texto?

Qual o significado das imagens presentes no texto? Qual a relação das imagens com os meninos? 

Identifica os recursos expressivos das seguintes frases.
“disse Shmuel, como se fosse a coisa mais natural do mundo.” 
        “É vermelho vivo com um desenho preto e branco” 


II 


Passa o excerto para o discurso indirecto.

“– Isto é tudo o que eu sei – começou Shmuel. – Antes de virmos para cá, eu vivia com a minha mãe, o meu pai e o meu irmão Josef num pequeno apartamento por cima da loja onde o papá fazia os relógios dele. Todas as manhãs às sete horas tomávamos o pequeno-        -almoço juntos e, enquanto estávamos na escola, o papá arranjava os relógios que as pessoas lhe traziam e também fazia relógios novos. Eu tinha um relógio muito bonito que ele me deu, mas agora já não o tenho.”


Agora, passa o excerto para o discurso directo.

Bruno questionou Maria se lhe podia fazer uma pergunta. A criada olhou para ele, intrigada, mas respondeu-lhe que sim. Ele pediu-lhe que prometesse não contar nada a ninguém e ela concordou.

Analisa sintacticamente as seguintes frases.

“Dava-lhe corda todas as noites”. 

“Ele estava sempre certo.” 

“Havia outra família a viver lá”. 

Shmuel mostrou o desenho a Bruno. 

O desenho foi visto por Bruno. 

Analisa morfologicamente as palavras destacadas. 

“Shmuel abanou a cabeça e continuou a sua história. Já não costumava pensar muito nestas coisas, porque quando se lembrava da vida antiga por cima da relojoaria ficava muito triste.”
Shmuel:
a:
continuou:
sua:
não: 
lembrava: 
por: 
triste: 

Substitui os complementos  pelo pronome pessoal correspondente e reescreve as frases.

“Usámos as braçadeiras”. 

Os soldados construiriam um muro enorme. 

Bruno não abandonará Shmuel. 

Os soldados encontrarão Bruno e Shmuel. 

Shmuel e Bruno vestiriam os pijamas às riscas. 

Bruno sorriu ao soldado. 


Divide e classifica as orações.

“enquanto estávamos na escola, o papá arranjava os relógios”. 

“o papá arranjava os relógios que as pessoas lhe traziam”. 

“Cheguei da escola e a minha mãe estava a fazer umas braçadeiras”. 

Já não costumava pensar muito nestas coisas, porque ficava muito triste. 

Coloca na frase activa ou passiva (conforme os casos) as seguintes frases:

Uma dor de estômago foi sentida por Bruno. 

Bruno e Maria não cometerão um erro. 

Bruno encontrara o soldado, seu amigo. 

Os soldados são respeitados por Bruno. 

Conjuga os verbos de acordo com a informação entre parêntesis. 

Bruno não _______________ (verbo perceber, no Pretérito Perfeito do Indicativo) o que ela _______________ (verbo querer, no Pretérito Imperfeito do Indicativo) dizer e, por isso, _______________ (verbo fazer, no Pretérito Perfeito do Indicativo) de conta que nem _______________ (verbo ouvir, no Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Indicativo).
– Eu _______________ (verbo continuar, no Presente do Indicativo) a achar que foi muito má ideia – repetiu. – Acho que o melhor a _______________ (verbo fazer, no Infinitivo Impessoal) é nós ______________ (verbo esquecer, no Futuro do Conjuntivo) tudo isto e _______________ (verbo voltar, no Futuro do Conjuntivo) para casa. É a errar que se aprende – acrescentou, _______________ (verbo usar, no Gerúndio) uma frase que _______________ (verbo aprender, no Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Indicativo) há pouco tempo e que estava decidido a usar tantas vezes quantas _______________ (verbo ser, no Pretérito Imperfeito do Conjuntivo) possível.
A mãe _______________ (verbo evitar, no Pretérito Perfeito Composto do Indicativo) falar com Bruno sobre esse assunto e o rapaz não _______________ (verbo perceber, no Pretérito Mais-Que-Perfeito Simples do Indicativo) por que razão.


RESOLUÇÃO


I

1- A história passa-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo em conta os símbolos que os meninos desenharam.

2- No primeiro parágrafo, Shmuel mostra sentir saudade dos tempos vividos e tristeza por tudo ter mudado.

3- As imagens presentes nos textos são a Estrela de Davi, símbolo do Judaísmo, representado pela família de Shmuel e a cruz suástica, símbolo do Nazismo, representado pela família de Bruno.

4- a) comparação
b) adjectivação

                                                                         II

1- Shmuel começou por dizer que aquilo era tudo o que ele sabia e que, antes de terem ido para lá, ele vivia com a sua mãe, o seu pai e o seu irmão Josef num pequeno apartamento por cima da loja onde o seu papá fazia os relógios dele. Acrescentou ainda que todas as manhãs às sete horas tomavam o pequeno almoço juntos e que, enquanto estavam na escola, o seu pai arranjava os relógios que as pessoas lhe levavam e que também fazia relógios novos. Também revelou que tinha um relógio muito bonito que o seu pai lhe tinha dado, mas que naquele momento já não o tinha.

2- 
Bruno questionou:
– Maria, posso-te fazer uma pergunta?
A criada olhou para ele, intrigada, mas respondeu:
– Sim.
– Prometes que não contas nada a ninguém? – pediu ele.
Ela concordou.

3- a) Sujeito nulo subentendido;
Predicado: dava-lhe corda todas as noites;
Complemento indirecto: lhe;
Complemento directo: corda;
Modificador do grupo verbal: todas as noites.

b) Sujeito simples: Ele
Predicado: estava sempre certo
Predicativo do Sujeito: sempre certo

c) Sujeito nulo expletivo
Predicado: Havia outra família a viver lá.
Complemento directo: outra família 
Modificador restritivo do nome: a viver lá.

d) Sujeito simples: Shmuel
Predicado: mostrou o desenho a Bruno
Complemento directo: o desenho
Complemento indirecto: a Bruno

e) Sujeito simples: o desenho
Predicado: foi visto por Bruno
Complemento agente da passiva: por Bruno

4- Shmuel: nome próprio, masculino, singular
a: determinante artigo definido, feminino, singular
continuou: verbo copulativo, no Pretérito Perfeito do Indicativo, na 3.ª pessoa do singular
sua: determinante possessivo, feminino, singular
não: advérbio de negação
lembrava: verbo transitivo directo e indirecto, no Pretérito Imperfeito do Indicativo, na 3.ª pessoa do singular
por: preposição simples
triste: adjetivo qualificativo, singular, invariável quanto ao género

5- a) Usámo-las.
b) Os soldados construí-lo-iam.
c) Bruno não o abandonará.
d) Os soldados encontra-los-ão.
e) Shmuel e Bruno vesti-los-iam.
f) Bruno sorriu-lhe.

6- a) enquanto estávamos na escola: oração subordinada adverbial temporal
o papá arranjava os relógios: oração subordinante

b) o papá arranjava os relógios: oração subordinante
que as pessoas lhe traziam: oração subordinada adjetiva relativa restritiva

c) Cheguei da escola: oração coordenada
e a minha mãe estava a fazer umas braçadeiras: oração coordenada copulativa

d) Já não costumava pensar muito nestas coisas: oração subordinante
porque ficava muito triste: oração subordinada adverbial causal

7- a) Bruno sentiu uma dor de estômago.
b) Um erro não será cometido por Bruno e Maria.
c) O soldado, seu amigo, fora encontrado por Bruno.
d) Bruno respeita os soldados.

8- Bruno não percebeu (verbo perceber, no Pretérito Perfeito do Indicativo) o que ela queria (verbo querer, no Pretérito Imperfeito do Indicativo) dizer e, por isso, fez (verbo fazer, no Pretérito Perfeito do Indicativo) de conta que nem tinha ouvido (verbo ouvir, no Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Indicativo).
– Eu continuo (verbo continuar, no Presente do Indicativo) a achar que foi muito má ideia – repetiu. – Acho que o melhor a fazer (verbo fazer, no Infinitivo Impessoal) é nós esquecermos (verbo esquecer, no Futuro do Conjuntivo) tudo isto e voltarmos (verbo voltar, no Futuro do Conjuntivo) para casa. É a errar que se aprende – acrescentou, usando (verbo usar, no Gerúndio) uma frase que tinha aprendido (verbo aprender, no Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Indicativo) há pouco tempo e que estava decidido a usar tantas vezes quantas fosse (verbo ser, no Pretérito Imperfeito do Conjuntivo) possível.
A mãe tem evitado (verbo evitar, no Pretérito Perfeito Composto do Indicativo) falar com Bruno sobre esse assunto e o rapaz não percebera (verbo perceber, no Pretérito Mais-Que-Perfeito Simples do Indicativo) por que razão.



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