Exercícios I

Lê, com muita atenção, o enunciado que se segue e, depois de analisares cuidadosamente os
documentos apresentados, responde de forma clara, objectiva e cuidada. Boa Sorte!
GRUPO I
(Crises e Revolução na Europa do Século XIV)
I.1. Observa atentamente os documentos 1 a 3.


I.1.1 Enumera os três principais problemas que afectaram a Europa no século XIV. 

I.2. Lê cuidadosamente o documento 4.


I.2.1 Localiza a acção do rei D. Fernando no espaço e no tempo.
I.2.2 Retira do texto as medidas tomadas pelo rei D. Fernando para aumentar a produção agrícola. 

I.3. Examina o esquema do documento 5.

I.3.1 Substitui as letras A e B do esquema do documento 4 pelos nomes das figuras históricas em falta.
I.3.2 Identifica as facções em confronto durante crise política portuguesa de 1383/1385 e a respectiva base
social de apoio.

GRUPO II
(Expansão e Mudança nos Séculos XV e XVI: o Expansionismo Europeu)
II.1. Atenta no documento 6.


 II.1.1 Ordena, na tua folha de teste, de forma cronológica (do mais antigo para o mais recente) os acontecimentos presentes na tabela do documento 6.

II.2. Analisa o mapa do documento 7.

II.2.1 Na tua folha de teste, substitui:
a) As letras A e B pelos cabos presentes nessas regiões;
b) As letras C e D pelo nome dos tratados celebrados entre Portugal e Castela que originaram essas linhas.
c) A letra E pelo nome do navegador português responsável pela primeira viagem marítima para a Índia.
II.3. Lê atentamente o documento 8


II.3.1 A partir da leitura do texto indica duas motivações, uma de carácter económico e outra de carácter
religioso, que tenham estado na origem da expansão marítima portuguesa.
II.3.2 Explica as motivações sociais do clero e da burguesia para apoiarem o movimento da expansão

II.4. Analisa os documentos 9 e 10.
 II.4.1 Identifica nos documentos 9 e 10 três condições favoráveis que justificam a prioridade portuguesa na Expansão.
 II.5. Lê o documento 11.

II.5.1 Compara a política expansionista de D. Afonso V com a do seu filho, D. João II.
II.6. Examina os documentos 7 e 12.

II.6.1 Explica as consequências da assinatura do Tratado de Tordesilhas e o significado da política de mare clausum então instituída.


RESPOSTAS

I.1.1 A Europa do século XIV enfrentou graves problemas. O documento 1 apresenta uma iluminura da época que retrata a grande quantidade de mortes que a peste negra (a mais terrível das epidemias que assolou a Europa no século XIV) provocou. No documento 2, por seu turno, é relatado num texto da época o grande aumento de preços que foi provocado pela quebra na produção agrícola (maus anos agrícolas) e que originou grandes fomes.
A Europa do século XIV viveu ainda num clima de guerra, como reproduz o documento 3. Com efeito, muitas foram as guerras europeias na época, inclusivamente, em Portugal.

I.2.1 A acção do rei D. Fernando, descrita no documento 4, localiza-se no espaço do reino de Portugal (onde aquele monarca reinava). Quanto ao tempo, esta lei foi publicada em 1375 (segunda metade do século XIV).

I.2.2 O objectivo do rei D. Fernando ao publicar “A Lei das Sesmarias” era tentar responder à instabilidade social e à crise económica, através do aumento da produção agrícola. Analisando o documento 4, podemos concluir que D. Fernando pretendia por um lado, obrigar aqueles que tinha terras não cultivadas a cultivar as suas terras e, por outro, obrigar aqueles que por uma ou outra razão tinham deixado de ser lavradores a voltarem à sua antiga profissão. D. Fernando pretendeu ainda obrigar aqueles que não trabalhavam a trabalhar, servindo os senhores.

I.3.1 As letras do esquema do documento 5 devem ser substituídas da forma seguinte:
A – D. João, Mestre de Avis
B – D. Beatriz

I.3.2 Durante a crise política de 1383/1385, provocada pela crise de sucessão ao trono após a morte de D. Fernando (documento 5), formaram-se em Portugal duas facções ou lados que se confrontaram: uma liderada por D. Beatriz, que tinha o apoio do seu marido D. João de Castela e de grande parte do Clero e Nobreza portuguesa, e uma outra liderada por D. João, Mestre de Avis apoiado pelo Povo e por parte do Clero e da Nobreza portuguesa. Esta última facção saiu vencedora, tendo sido aclamado rei D. João I, primeiro rei da segunda dinastia, a Dinastia de Avis.

II.1.1 De forma cronológica (do mais antigo para o mais recente) os acontecimentos da tabela do documento 5 devem ficar ordenados da seguinte forma: C > B > A > E > G > H > F > D.

II.2.1 As letras do documento 7 devem ser substituídas da seguinte maneira:
a) A – Cabo Bojador e B – Cabo da Boa Esperança;
b) C – Tratado de Alcáçovas e D – Tratado de Tordesilhas;
c) E – Vasco da Gama.

II.3.1 O documento 8, um texto escrito na época, refere-se às motivações que o Infante D. Henrique teria para empreender a expansão marítima portuguesa. Neste texto podemos identificar uma motivação económica: “considerou que se poderiam para estes reinos trazer muitas mercadorias”, isto é, pretendia-se chegar a novos mercados e ter acesso a novos produtos sem intermediários. Ainda no documento 8 é apresentada a principal motivação religiosa da expansão: “acrescentar a Santa Fé de Nosso Senhor Jesus Cristo, trazer as almas que se quisessem salvar.”, ou seja, desejava-se espalhar a fé cristã, convertendo outros povos.

II.3.2 No Portugal do século XIV, quer a Coroa, quer a generalidade dos grupos sociais estavam interessados e motivados para a Expansão Marítima. Com efeito, ao Clero interessava “acrescentar a Santa Fé de Nosso Senhor Jesus Cristo” (documento 8), evangelizando outros povos ao mesmo tempo que poderia aumentar os seus domínios e rendas. A Burguesia, grupo social afecto à actividade comercial, estava interessada em “trazer muitasLmercadorias” (documento 8), isto é, em alargar os locais onde fazia comércio e em ter acesso a produtos de outras paragens e que agradavam aos europeus. Mesmo o Povo, o grupo social que vivia com mais dificuldade,
via na Expansão uma oportunidade para melhorar as suas condições de vida, uma vez que poderiam surgir novas terras para cultivar ou novas ocupações.

II.4.1 A prioridade portuguesa na Expansão deveu-se a várias condições favoráveis, entre elas as condições técnico-científicas que podemos identificar nos documentos: no documento 10 temos uma fotografia de um astrolábio (instrumento utilizado para praticar a navegação astronómica) e no documento 9 são referidos o quadrante (outro instrumento), a carta de marear (onde se registavam as rotas) e a caravela (embarcação equipada com velas triangulares, que permitiam navegar à bolina, isto é, contra o vento).

II.5.1 As políticas de D. Afonso V e D. João II, no que diz respeito aos Descobrimentos, foram bastante diferentes.
Com efeito, D. Afonso V desenvolveu uma política de conquista de cidades do norte de África, arrendando a um privado a Expansão e comércio marítimo, como nos relata o documento 11. D. João II, pelo contrário, valorizou muito a Expansão Marítima, pois o seu principal objectivo era descobrir o caminho marítimo para a Índia. Neste sentido, enviou missões para estudar quer a costa ocidental, quer a costa oriental de África. E, uma vez dobrado o Cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias, conseguiu provar que era possível chegar à Índia por mar e, assim, desenvolver o comércio entre a Europa e o Oriente, sem outros intermediários que não os Portugueses.

II.6.1 O Tratado de Tordesilhas foi celebrado entre Portugal e Castela, em 1494, na sequência da rivalidade que existia entre os dois países, no que diz respeito à Expansão Marítima. As grandes consequências deste tratado são a divisão do mundo entre Portugal e Castela e adopção de uma política de “mare clausum”. Com efeito, foi traçado um meridiano “a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde para a parte do poente” (documento 12) que dividiu o mundo entre os dois países: para ocidente desse meridiano todas as terras descobertas ou a descobrir pertenceriam “aos ditos Senhor Rei e Rainha de Castela” (documento 12) e para oriente desse meridiano todas as terras pertenceriam a Portugal. De notar que estava assim garantida a possibilidade de aceder à Índia por mar sem a concorrência de Castela e que, com esta divisão, era possível aceder ao Brasil (pensasse que os
Portugueses já sabiam da sua existência). Este tratado, confirmado pelo Papa, estabelece ainda uma política de “mare clausum” ou “mar fechado”, isto é, nenhum outro povo da cristandade poderia navegar nestes mares, o que permitia a Portugal e a Castela terem o monopólio (ou o total controlo) do comércio na sua parte do mundo.

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