domingo, 23 de junho de 2019

Português - Orações Subordinadas



As orações subordinadas distinguem-se das orações coordenadas por dependerem de uma oração subordinante, e podem ser adverbiais, substantivas ou adjectivas, conforme a função sintáctica que desempenham:

Orações adverbiais e adjectivas
desempenham a função de modificador
Orações substantivas
desempenham a função de sujeito ou de complemento


Orações subordinadas adverbiais
As orações subordinadas adverbiais classificam-se de acordo com o tipo de conjunções ou locuções conjuncionais subordinativas que as introduzem. Podem aparecer antes ou depois da oração subordinada.


Orações subordinadas adverbiais causais – indicam um motivo/causa

Conjunções/locuções: porque, como (utilizada apenas no início da frase), pois que, já que, uma vez que, visto que, …
O João está doente porque bebeu leite estragado.
Como bebeu leite estragado, o João está doente.


Orações subordinadas adverbiais temporais – acrescentam uma circunstância de tempo

Conjunções/locuções: quando, enquanto, logo que, depois de, antes de, mal, até que, assim que, …
O João ficou aflito quando viu a agulha.
Quando viu a agulha, o João ficou aflito.


Orações subordinadas adverbiais condicionais – apresentam uma condição

Conjunções/locuções: se, caso, salvo se, sem que, se não, desde que, a menos que, a não ser que, …
Não estaria doente se não tivesse bebido leite estragado.
Se não tivesse bebido leite estragado, não estaria doente.


Orações subordinadas adverbiais finais – indicam a finalidade

Conjunções/locuções: para, para que, a fim de, …
A enfermeira tirou sangue para fazer análises.
Para fazer análises, a enfermeira teve de tirar sangue.


Orações subordinadas adverbiais comparativas – estabelecem uma comparação

Conjunções/locuções: como, assim como, tão… como, tal como …
O João estava nervoso tal como esteve quando foi ao dentista.
Assim como o João, também a mãe estava preocupada.


Orações subordinadas adverbiais consecutivas – indicam uma consequência

Conjunções/locuções: que, tão… que, tanto… que, de tal modo… que, …
A enfermeira foi tão cuidadosa que o João não sentiu nada.


Orações subordinadas adverbiais concessivas – indicam uma concessão, ou seja, a acção da oração subordinante realiza-se apesar de haver uma contrariedade

Conjunções/locuções: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que, não obstante, …
Hoje não vai à escola, embora esteja melhor.
Apesar dele estar melhor, hoje não vai à escola.


Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas podem desempenhar a função sintáctica de complemento directo ou sujeito do elemento subordinante, por isso, não podem ser retiradas da frase a que pertencem.


Orações subordinadas substantivas completivas – completam com o que foi dito, prometido, perguntado, pedido, etc…

Conjunções/locuções: que, se, para, …
Ele disse que está feliz.
Ele perguntou se queria um gelado.
Ele pediu para ir ao cinema.


Orações subordinadas adjectivas
As orações subordinadas adjectivas classificam-se conforme se estão entre vírgulas ou não. Podem aparecer no meio ou depois da oração subordinada, e são introduzidas por palavras relativas (pronomes relativos, determinantes relativos e advérbios relativos).


Orações subordinadas adjectivas relativas explicativas – desempenham a função de modificador do nome apositivo

Palavras relativas: que, cujo, onde
Eu jogo andebol, que é muito interessante.
O pavilhão, que vi pela primeira vez, é muito grande.


Orações subordinadas adjectivas relativas restritivas – desempenham a função de modificador do nome restritivo

Palavras relativas: que, cujo, onde
A rapariga que está ao lado do João é minha irmã.
Eu li um livro que foi escrito por Saramago.


Subordinação - Exemplos

- O João está doente porque bebeu leite estragado.

O João está doente – oração subordinante
porque bebeu leite estragado – oração subordinada adverbial causal


- O João vai ao hospital para fazer análises.

O João vai ao hospital  – oração subordinante
para fazer análises – oração subordinada adverbial final


- O João ficou aflito quando viu a agulha.

O João ficou aflito – oração subordinante
quando viu a agulha – oração subordinada adverbial temporal


- Se não chorar, a mãe prometeu dar-lhe um chocolate.

Se não chorar – oração subordinada adverbial condicional
a mãe prometeu dar-lhe um chocolate – oração subordinante


- O João ficou calmo como se estivesse a relaxar na piscina.

O João ficou calmo – oração subordinante
como se estivesse a relaxar na piscina – oração subordinada adverbial comparativa


- Embora estivesse preocupado, não doeu nada.

Embora estivesse preocupado – oração subordinada adverbial concessiva
não doeu nada – oração subordinante


- Ficou tão aliviado que deu pulos de alegria.

Ficou tão aliviado – oração subordinante
que deu pulos de alegria – oração subordinada adverbial consecutiva


- O médico disse que não era nada de grave.

O médico disse – oração subordinante
que não era nada de grave – oração subordinada substantiva completiva


- A mãe, que lhe fez uma promessa, deu-lhe um chocolate que tinha na mala.

A mãe … deu-lhe um chocolate – oração subordinante
que lhe fez uma promessa – oração subordinada adjectiva relativa explicativa
que tinha na mala – oração subordinada adjectiva relativa restritiva



sábado, 22 de junho de 2019

Português - Reportagem

A reportagem é o texto mais tipicamente jornalístico. Com a facilidade com que os jornalistas
se movimentam nos nossos dias, a reportagem tornou-se um género cada vez mais frequente nos
jornais, revistas, rádio e televisão.
CARACTERÍSTICAS DA REPORTAGEM:
• É o texto jornalístico elaborado a partir de um facto presenciado pelo repórter que se desloca ao local.
• Integra, normalmente, falas das pessoas envolvidas.
• Tem como finalidade principal informar, dar a conhecer.
• Pode incluir passagens emotivas ou poéticas, assim como comentários pessoais do repórter.
• A linguagem é normalmente corrente, mas apresenta, com frequência, preocupações
estilísticas.
• É um texto jornalístico de autor, ou seja é assinado.
ESTRUTURA DA REPORTAGEM
Por norma, a reportagem é um texto jornalístico longo. Assim, para captar a atenção do leitor
e quebrar a monotonia textual e gráfica, apresenta frequentemente:

- Um lead – Parágrafo inicial destacado graficamente, que funciona como um resumo ou como
apresentação do assunto
- Subtítulos orientadores da leitura
. - Fotografias, legendadas ou não, que ilustram e complementam a informação.

domingo, 16 de junho de 2019

História - Revoluções e Estados Liberais Conservadores

REVOLUÇÕES E ESTADOS LIBERAIS CONSERVADORES

Independência Estados Unidos da América

Na América do Norte (na costa leste), em 1776 treze colónias inglesas tornam-se independentes.

Principais factores de descontentamento das colónias inglesas

Existia uma burguesia próspera e empreendedora que estava contra o exclusivo colonial imposto pela metrópole que impedia de comerciar com os outros países. A situação piorou quando a metrópole fixou novas taxas alfandegárias sobre o açúcar, o chá e o papel selado.

Processo que levou á criação dos E.U.A.

Em 1775, os representantes das treze colónias resolveram criar um exercito para resistir á dominação inglesa e, no ano seguinte, um novo congresso em Filadélfia decidiu proclamar a independência. A Inglaterra entrou em guerra contra os revoltosos mas estes tiveram o apoio da França, Espanha e Holanda. No qual, em 1783, o exercito de Washington impôs-se aos ingleses que se viram obrigados em reconhecer a independência das suas colónias.

Processo de consolidação da independência

Em 1787, as várias colónias aprovaram a Constituição de 1787 que instituiu os Estados Unidos da América sob a forma de uma república federal: cada Estado conservava a sua autonomia mas havia um governo central que se ocupava das questões comuns como a defesa e os negócios estrangeiros.

Aspectos inovadores desta revolução

Pela primeira vez uma colónia tornava-se independente
Foi instaurado um regime democrático baseado nos ideais iluministas
Revolução Liberal Francesa
Em 1789, ocorreu uma revolução na França que acabou com a monarquia absoluta.

Descontentamento social

Terceiro Estado

- Os camponeses viviam na miséria, pagavam bastantes impostos e ainda várias obrigações senhoriais
- Os artesãos e assalariados queixavam-se da falta de emprego, baixos salários e subida de preços
- Os burgueses, apesar de ser o grupo social mais rico e mais culto, não tinham acesso aos mais altos cargos, por isso apoiavam as ideias iluministas de liberdade e igualdade.

Crise económica e financeira
- maus anos agrícolas fez subir os preços dos cereais
- as receitas do Estado eram insuficientes para cobrir as despesas

Umas das soluções propostas foi cobrar impostos também aos grupos privilegiados (nobreza e clero), no entanto estes grupos sociais não aceitaram esta solução.

domingo, 9 de junho de 2019

História - Características do Antigo Regime

O ANTIGO REGIME

 Período Período histórico histórico que vai desde o século XVI ao século XVIII que se caracterizou: - na política, pelo Absolutismo;
- na economia, pelo Mercantilismo;
- na sociedade, pela divisão em ordens

A economia europeia 

• Nos séculos XVI e XVII assistiu-se ao nascimento de uma economia à escala mundial, marcada pelo desenvolvimento do comércio.
• Contudo, apesar da intensificação dos tráficos comerciais, a principal actividade económica do Antigo regime continuou a ser a agricultura. O mundo rural encontrava-se mergulhado numa profunda estagnação.

O peso da agricultura

1. Os sistemas de cultivo eram pouco eficazes(ainda vigorava o pousio) e as alfaias agrícolas arcaicas (muitas ainda eram de madeira).
2. As terras estavam nas mãos da nobreza e do clero, proprietários com pouca propensão para investir e modernizar as explorações.
3. A carga fiscal sobre os camponeses era elevada.
4. Os camponeses ao trabalharem em terras que não eram suas não se sentiam estimulados para fazer investimentos.

• A principal actividade económica de Portugal , no século XVII, era a agricultura. Esta apresentava baixos níveis de produtividade porque:
- utilizava técnicas e instrumentos agrícolas arcaicos;
- a maior parte das terras pertencia ao rei , ao clero ou à nobreza e não eram convenientemente exploradas.

• Os reis absolutistas empenharam-se em desenvolver a riqueza dos seus países para imporem a grandeza do Estado aos seus súbditos e aos Estados Estrangeiros.
• Com esse objectivo desenvolveram o mercantilismo - Doutrina económica proteccionista que defendia a ideia que a riqueza de um país dependia da quantidade de metal precioso que a Coroa retinha nos seus cofres. advogando que estes se atrairiam através do incremento das exportações e da restrição das importações (procura de uma balança comercial favorável).,


 



Era necessário…

• Desenvolver o fabrico nacional dos produtos mais importados;
• Alterar as taxas aduaneiras , para que os produtos importados pagassem altos impostos, elevando o seu preço no mercado, favorecendo a produção interna;
• Isenção de impostos a determinadas empresas;
• Contratação de técnicos estrangeiros especializados,
• Criação e protecção de manufacturas.

Politica Económica de Colbert (França)
- fundou e protegeu manufacturas
- concedeu ás novas manufacturas o monopólio de certos produtos e isenções de impostos
- contratou técnicos estrangeiros
- aumentou as taxas alfandegárias sobre a importação de produtos estrangeiros
- criou companhias de comércio

Alto de Navegação Inglês de 1660
Estabelecia que todas as mercadorias importadas pela Inglaterra deveriam ser transportadas por navios ingleses e que os produtos das colónias inglesas só podiam ser exportadas para Inglaterra.

Arte Barroca

Características Gerais
- movimento
- dramatismo
- exuberância


O Mercantilismo em Portugal

• Portugal estava a atravessar uma crise económica.
• Por volta de 1670, o país foi afectado por uma crise comercial.
• O açúcar brasileiro enfrentou a concorrência directa do açúcar das Antilhas , o que fez cair o seu custo e diminuir as vendas.

Face a esta crise comercial o conde da Ericeira, ministro do rei D. Pedro II promove algumas medidas mercantilistas

• Desenvolveu as manufacturas dos lanifícios , na Covilhã, no Fundão e em Portalegre, e a indústria da seda, em Lisboa;
• Concedeu subsídios a quem instalasse uma manufactura em Portugal;
• Incentivou a vinda de técnicos estrangeiros especializados;
• Publicou leis pragmáticas.

«Nenhuma pessoa se poderá vestir de pano que não seja fabricado neste reino; como também não poderá usar de voltas, de rendas, cintos, talins, e chapéus que não sejam feitos nele.» 

                                                                                     Pragmática de 25 de Janeiro de 1677

Distribuição das manufacturas em Portugal, na primeira metade do século XVII

No norte da Europa, a Inglaterra e os Países Baixos tinham uma agricultura mais desenvolvida .

• A sociedade do Antigo Regime era hierarquizada e estratificada em ordens.

O Clero
• Ocupava-se do culto, do ensino e da assistência.
• Os bispos e os abades viviam de forma faustosa com privilégios de verdadeiros senhores.
• Recebia doações, quer do rei, quer de particulares; a dízima.
• Os párocos e os monges viviam modestamente, por vezes com inúmeras dificuldades.
• Os rendimentos do clero provinham das suas terras e das rendas que cobravam.
• Os seus membros eram julgados em tribunais próprios (direito canónico) e não cumpriam serviço militar.

A nobreza
• Tinha funções militares e ocupava cargos na administração e na política.
• Possuía extensas propriedades.
• Recebia rendas e prestação de serviço dos camponeses que trabalhavam nas suas terras.

• Dividia-se em vários estratos:
 • Nobreza de espada (guerreira, rural, tradicional), que vivia nas suas terras, perdendo cada vez mais prestígios.
• Nobreza de toga (corte), que exercia os mais cargos da administração pública , dependia do rei e vivia faustosamente na corte.

Terceiro Estado 
• Não possuía quaisquer privilégios e era ele que assegurava as actividades produtivas.
• O povo era constituído por muitos estratos sociais, entre eles destacava-se a burguesia.
• A alta burguesia estava ligada ao comércio e aos negócios do ultramar.
• A média e a baixa burguesia era composta pelos comerciantes e artesãos.
• Abaixo deste estavam os camponeses e os assalariados rurais ou urbanos.
• Na base da sociedade estavam os mendigos.

• Na sociedade do Antigo Regime havia fraca mobilidade social.
• A ascensão da sociedade, embora fosse possível, era muito rara.
• Alguns elementos do terceiro estado podiam passar à nobreza comprando os títulos como recompensa pelos serviços prestados ao reino.

 “O ESTADO SOU EU” 

O poder absoluto

• O rei concentrava em si todos os poderes e funções do Estado: a política, a justiça, a administração e a economia.
• Todos os grupos sociais estavam subjugados ao poder do rei.
• A ideia do direito divino dos reis, defendia-se que, como o rei recebia o poder directamente de Deus , todos os súbditos lhe deviam respeito total e obediência.

terça-feira, 4 de junho de 2019

História - Iluminismo

Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, a partir do século XVII, e defendia o uso da razão para promover mudanças na sociedade. O pensamento iluminista contestava o modelo de sociedade que surgiu a partir do século XV, caracterizada pelo chamado Antigo Regime.



Este movimento acabou promovendo mudanças políticas, económicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. O apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, conhecido como o Século das Luzes. Teve grande repercussão na França, onde influenciou a Revolução Francesa.

O pensamento iluminista atacava directamente o chamado Antigo Regime. Denominamos Antigo Regime, as características políticas, económicas, sociais e religiosas que predominaram na Europa até o século XVIII. Na política, predominava o absolutismo, com os reis acumulando grande poder nas mãos. Na economia, predominavam as ideias mercantilistas, que defendiam a intervenção do governo nos assuntos económicos.

Na sociedade, predominava a sociedade estatal, dividida em estados: o primeiro estado era o clero; o segundo estado era a nobreza; e o terceiro estado, a burguesia, camponeses e operários. Somente os dois primeiros tinham direitos políticos e privilégios. Na religião, predominavam as perseguições religiosas após as reformas do século XVI. Cada governante passou a querer impor sua religião aos governados.

Podemos concluir que o antigo regime era composto por instituições e modelos sócio-económicos que iam contra os interesses da burguesia. Assim, deveria ser substituído.

Bases do Iluminismo


O pensamento iluminista foi influenciado por uma série de intelectuais europeus que ajudaram a construir uma visão diferente do mundo e da sociedade. Assim, no século XVII, o francês René Descartes defendeu que a verdade poderia ser alcançada através de duas habilidades humanas: duvidar e reflectir.

Neste mesmo período surgiram vários estudos no campo das ciências da natureza que também influenciaram o pensamento iluminista. Dentre estes estudos, está a obra do inglês Isaac Newton. Por meio de seus experimentos, Newton conseguiu elaborar uma série de leis que explicavam os fenómenos naturais independente das concepções religiosas.

Este conjunto de ideias influenciou o pensamento dos chamados pensadores iluministas, como John Locke, Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Diderot, entre outros.

John Locke e Montesquieu

John Locke foi um pensador inglês. Criou a obra “Dois Tratados sobre o Governo”, na qual defendia que o homem teria alguns direitos naturais como a vida, a liberdade e a propriedade.

É considerado o pai do liberalismo, filosofia que defende a propriedade privada, a igualdade de todos perante a lei, a limitação do poder do governante e o livre mercado. O liberalismo político atacava directamente os princípios do absolutismo, sendo que as ideias republicanas, constitucionais e o direito ao voto surgiram a partir do liberalismo.

Montesquieu foi um pensador francês. Criou a obra “Do Espírito das Leis”, na qual defendeu a separação dos três poderes do estado, ou seja, o Executivo, Legislativo e Judiciário. A separação dos três poderes tinha como objectivo limitar o poder do governante, para evitar abusos de autoridade, comum nos governos absolutistas.

Voltaire e Rousseau


Voltaire também foi um pensador francês. Criou a obra “Dicionário Filosófico”, na qual defendia que a mistura de religião e política criava governos injustos, que defendiam os interesses de apenas uma parcela da população.

Apesar das críticas, Voltaire não desejava o fim da monarquia. Para ele, o governo ideal era a monarquia esclarecida, ou seja, o poder do rei mediado pela ideias iluministas. Voltaire também defendia a liberdade de expressão. Foi autor da frase: “Posso não concordar com uma palavra que dizes, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las”.

Rousseau foi um pensador suíço. Criou a obra “Do Contrato Social”, na qual defendia que a sociedade era capaz de corromper o ser humano, eliminando a sua bondade natural. Para ele, a simplicidade e a comunhão entre os homens deveriam ser valorizadas como factores essenciais na construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Entretanto, esse modelo só poderia ser alcançado quando a propriedade privada fosse sistematicamente combatida. Foi autor da frase: “O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe”.

Diderot


Diderot foi um pensador francês. Junto com D’Alembert, criou a obra “Enciclopédia”. Seu objectivo era reunir todo o conhecimento que a humanidade havia produzido até sua época. A criação desta obra foi um factor determinante para que as ideias iluministas se espalhassem pela população, adquirindo grande visibilidade.
Diderot foi autor da frase: “O homem só será livre quando o último déspota for estrangulado com as entranhas do último padre”.

Fisiocracia


Além de mudanças sociais e políticas, os iluministas também defendiam mudanças na economia que, na época, era dominada pelo Mercantilismo. Os primeiros críticos do mercantilismo foram os fisiocratas. Para eles, a riqueza deveria vir da agricultura, da mineração e da pecuária.

Para os fisiocratas, o comércio era considerado uma actividade estéril, já que não passava de uma troca de riquezas. A fisiocracia também defendia o fim da intervenção do estado na economia. Segundo eles, a economia deveria agir livremente e sem restrições.

Estas ideias acabaram influenciando pensadores como o inglês Adam Smith, considerado o pai da economia clássica.


Despotismo Esclarecido


As ideias liberais se espalharam rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo, passaram a aceitar algumas ideias iluministas. Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam unir o jeito de governar absolutista com as ideias de progresso iluministas. Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal.


Iluminismo - movimento cultural, que surgiu no século XVIII, e que valorizava o Homem como ser racional e esclarecido.

O que defendia o Iluminismo?

- Liberdade Económica
- Liberalismo Politico
- O Homem devia ser iluminado pelo conhecimento baseado na razão para assim sair da obscuridade da ignorância e ser livre

Os iluministas eram intelectuais, na maioria de origem burguesa, que criticaram a situação social, politica e cultural vivida no Antigo Regime.


A difusão das ideias iluministas foi rápida graças:

-à invenção da Enciclopédia
-aos jornais
-aos cafés
-às academias
-às lojas da Maçonaria





Influencia das ideias iluministas em Portugal

Os estrangeirados

As ideias iluministas chegaram a Portugal sobretudo através dos estrangeirados (portugueses que viveram no estrangeiro e quando regressaram a Portugal quiseram aplicar as mudanças que estavam a ocorrer lá fora).

Reformas Pombalinas

As propostas de mudança vieram a ser aplicadas por meio de reformas económicas, sociais e culturais promovidas pelo Marques de Pombal, ministro de D. José.


Reformas Económicas (mercantilistas)

- criou companhias de comércio, a quem deu o monopólio de alguns produtos
- apoiou manufacturas através da isenção de impostos e de subsídios e criou novas

Reformas Sociais

- pôs fim ás perseguições da inquisição
- concedeu privilégios de nobreza a burgueses

Reformas Culturais

- fundou escolas menores (ensino primário)
- fundou escolas régias (ensino secundário)
- reformou a Universidade de Coimbra, onde foi introduzido o ensino de novas matérias como a matemática e as ciências da natureza
- modernizou os métodos de ensino com frequente recurso á experimentação laboral

A Nível Politico

- apoiou o despotismo esclarecido
- reforçou o aparelho do Estado através da criação de organismos que controlavam a administração e - as actividades do Reino (erário régio, junta de comercio, real mesa censória e colégio dos nobres)

A importância da Cidade de Lisboa

A reconstrução da Cidade de Lisboa, após o terramoto de 1755, foi outra iniciativa de Marques de Pombal, e serviu para dar uma imagem do poder do Rei embora baseado nas ideias iluministas.

sábado, 1 de junho de 2019

Português - Orações Subordinadas



As orações subordinadas distinguem-se das orações coordenadas por dependerem de uma oração subordinante, e podem ser adverbiais, substantivas ou adjectivas, conforme a função sintáctica que desempenham:

Orações adverbiais e adjectivas
desempenham a função de modificador
Orações substantivas
desempenham a função de sujeito ou de complemento


Orações subordinadas adverbiais
As orações subordinadas adverbiais classificam-se de acordo com o tipo de conjunções ou locuções conjuncionais subordinativas que as introduzem. Podem aparecer antes ou depois da oração subordinada.


Orações subordinadas adverbiais causais – indicam um motivo/causa

Conjunções/locuções: porque, como (utilizada apenas no início da frase), pois que, já que, uma vez que, visto que, …
O João está doente porque bebeu leite estragado.
Como bebeu leite estragado, o João está doente.


Orações subordinadas adverbiais temporais – acrescentam uma circunstância de tempo

Conjunções/locuções: quando, enquanto, logo que, depois de, antes de, mal, até que, assim que, …
O João ficou aflito quando viu a agulha.
Quando viu a agulha, o João ficou aflito.


Orações subordinadas adverbiais condicionais – apresentam uma condição

Conjunções/locuções: se, caso, salvo se, sem que, se não, desde que, a menos que, a não ser que, …
Não estaria doente se não tivesse bebido leite estragado.
Se não tivesse bebido leite estragado, não estaria doente.


Orações subordinadas adverbiais finais – indicam a finalidade

Conjunções/locuções: para, para que, a fim de, …
A enfermeira tirou sangue para fazer análises.
Para fazer análises, a enfermeira teve de tirar sangue.


Orações subordinadas adverbiais comparativas – estabelecem uma comparação

Conjunções/locuções: como, assim como, tão… como, tal como …
O João estava nervoso tal como esteve quando foi ao dentista.
Assim como o João, também a mãe estava preocupada.


Orações subordinadas adverbiais consecutivas – indicam uma consequência

Conjunções/locuções: que, tão… que, tanto… que, de tal modo… que, …
A enfermeira foi tão cuidadosa que o João não sentiu nada.


Orações subordinadas adverbiais concessivas – indicam uma concessão, ou seja, a acção da oração subordinante realiza-se apesar de haver uma contrariedade

Conjunções/locuções: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que, não obstante, …
Hoje não vai à escola, embora esteja melhor.
Apesar dele estar melhor, hoje não vai à escola.


Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas podem desempenhar a função sintáctica de complemento directo ou sujeito do elemento subordinante, por isso, não podem ser retiradas da frase a que pertencem.


Orações subordinadas substantivas completivas – completam com o que foi dito, prometido, perguntado, pedido, etc…

Conjunções/locuções: que, se, para, …
Ele disse que está feliz.
Ele perguntou se queria um gelado.
Ele pediu para ir ao cinema.


Orações subordinadas adjectivas
As orações subordinadas adjectivas classificam-se conforme se estão entre vírgulas ou não. Podem aparecer no meio ou depois da oração subordinada, e são introduzidas por palavras relativas (pronomes relativos, determinantes relativos e advérbios relativos).


Orações subordinadas adjetivas relativas explicativas – desempenham a função de modificador do nome apositivo

Palavras relativas: que, cujo, onde
Eu jogo andebol, que é muito interessante.
O pavilhão, que vi pela primeira vez, é muito grande.


Orações subordinadas adjectivas relativas restritivas – desempenham a função de modificador do nome restritivo

Palavras relativas: que, cujo, onde
A rapariga que está ao lado do João é minha irmã.
Eu li um livro que foi escrito por Saramago.


Subordinação - Exemplos

- O João está doente porque bebeu leite estragado.

O João está doente – oração subordinante
porque bebeu leite estragado – oração subordinada adverbial causal


- O João vai ao hospital para fazer análises.

O João vai ao hospital  – oração subordinante
para fazer análises – oração subordinada adverbial final


- O João ficou aflito quando viu a agulha.

O João ficou aflito – oração subordinante
quando viu a agulha – oração subordinada adverbial temporal


- Se não chorar, a mãe prometeu dar-lhe um chocolate.

Se não chorar – oração subordinada adverbial condicional
a mãe prometeu dar-lhe um chocolate – oração subordinante


- O João ficou calmo como se estivesse a relaxar na piscina.

O João ficou calmo – oração subordinante
como se estivesse a relaxar na piscina – oração subordinada adverbial comparativa


- Embora estivesse preocupado, não doeu nada.

Embora estivesse preocupado – oração subordinada adverbial concessiva
não doeu nada – oração subordinante


- Ficou tão aliviado que deu pulos de alegria.

Ficou tão aliviado – oração subordinante
que deu pulos de alegria – oração subordinada adverbial consecutiva


- O médico disse que não era nada de grave.

O médico disse – oração subordinante
que não era nada de grave – oração subordinada substantiva completiva


- A mãe, que lhe fez uma promessa, deu-lhe um chocolate que tinha na mala.

A mãe … deu-lhe um chocolate – oração subordinante
que lhe fez uma promessa – oração subordinada adjectiva relativa explicativa
que tinha na mala – oração subordinada adjectiva relativa restritiva